2007-05-02 19:22:30

MENSAGEM DO PAPA AOS MEMBROS DA ACADEMIA DE CIÊNCIAS SOCIAIS, AO TÉRMINO DO ENCONTRO


Cidade do Vaticano, 1º mai (RV) - Concluiu-se hoje, no Vaticano, a XIII Sessão Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que teve início no dia 27 de abril, e debateu o tema "Caridade e justiça nas relações entre povos e nações".

Essa academia pontifícia foi fundada por João Paulo II, em 1994, com o objetivo de promover o estudo e o progresso das ciências sociais, econômicas, políticas e jurídicas, à luz da Doutrina Social da Igreja. A atual presidente da Academia é a professora estadunidense, Mary Ann Glendon.

Em sua mensagem aos participantes, o papa indica os três maiores desafios do mundo atual, que requerem um esforço global de justiça e caridade: ambiente e desenvolvimento sustentável, direitos de homens e mulheres, criados à imagem de Deus, e igualdade de oportunidades: educação e conhecimento.

No texto, o pontífice reafirma também que, para enfrentar esses desafios, é necessária a solidariedade entre as gerações, que nasce do amor no âmbito da família, de um homem e de uma mulher criados à imagem de Deus. Para a Igreja, "justiça e caridade são inseparáveis".

Em relação ao ambiente e ao desenvolvimento sustentável, o pontífice afirma que a comunidade internacional reconhece que "os recursos do mundo são limitados, e que é dever de todo povo adotar políticas voltadas à proteção do ambiente, a prevenir a destruição do patrimônio natural, cujos frutos são necessários para o bem-estar da humanidade".

O Santo Padre aconselha também, maior atenção para o fato que os países pobres têm pagado um preço mais elevado pela deterioração do meio ambiente.

O segundo desafio chama em causa o nosso conceito de pessoa humana e, conseqüentemente, nossas relações recíprocas: se não formos vistos como pessoas, homens e mulheres, dotados de dignidade inviolável, será bem difícil alcançar justiça plena no mundo. O reconhecimento de nossos direitos se reflete em problemas globais, como o crescente abismo entre países ricos e pobres, a distribuição desigual dos recursos e das riquezas produzidas; a tragédia da fome e da sede, num Planeta em que abundam alimentos, água e riquezas; os sofrimentos dos refugiados; as contínuas hostilidades em tantas regiões do mundo; a insuficiente proteção dos não-nascidos; a exploração de crianças; o tráfico de seres humanos, de armas, de drogas; e tantas outras injustiças.

Enfim, o pontífice aponta como terceiro desafio os bens espirituais, que são típicos do homem, se expandem e se multiplicam quando comunicados. Ao contrário dos bens divisíveis, os bens espirituais como o conhecimento e a educação são indivisíveis, e quanto mais compartilhados, mais se tornam preciosos.

É urgentemente necessária a justa igualdade de oportunidades, especialmente no campo da educação e da transmissão do conhecimento. Infelizmente, a educação, especialmente a básica, continua insuficiente, em muitas áreas do mundo.

Na tarde de segunda-feira, penúltimo dia da plenária, o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, fez uma palestra sobre "Justiça internacional e governação internacional no contexto da crise do multilateralismo". Em seu pronunciamento, o cardeal afirmou que "é necessário passar de uma governação fraca, que muito freqüentemente recorre à guerra, porque incapaz de prevenir, mediante o progresso e a justiça, a uma governação de alta intensidade ética, que produza a ordem, no bem". (CM)







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