PAPA CONFERE ORDENAÇÃO SACERDOTAL A 22 DIÁCONOS NA SANTA MISSA PELO DIA MUNDIAL DE
ORAÇÕES PELAS VOCAÇÕES
Cidade do Vaticano, 29 abr (RV) - No domingo em que a Igreja celebra o 44º
Dia Mundial de Orações pelas Vocações, Bento XVI presidiu à santa missa, Basílica
de São Pedro, durante a qual ordenou 22 novos sacerdotes.
No dia 10 de fevereiro
passado, foi publicada a mensagem do pontífice para esta data, que, este ano, tem
como tema "A vocação a serviço da Igreja-comunhão".
Em sua homilia, o pontífice
fez aos novos presbíteros uma advertência: "Com a ajuda de Jesus _ disse _ cada um
de vocês será um bom pastor, pronto, se preciso, a dar a própria vida por Ele." O
papa recordou-lhes que a perspectiva do martírio era uma realidade muito concreta
no início do Cristianismo, quando o Evangelho estava se difundindo, em meio a dificuldades
e consolações.
"A certeza de que Cristo não nos abandona e que nenhum obstáculo
pode impedir a realização de Seu projeto universal de salvação _ argumentou o Santo
Padre _ deve ser, para vocês, motivo de constante consolação e inabalável esperança."
"O
sacramento da Ordem, que estão por receber _ recordou ainda o papa, aos novos sacerdotes
_ os tornará participes da própria missão de Cristo: vocês serão chamados a espalhar
a semente de sua Palavra, a dispensar a divina misericórdia e a nutrir seus fiéis
com seu Corpo e seu Sangue. Para ser ministros dignos, devem se alimentar, incessantemente,
da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã" _ acrescentou o pontífice.
Com
o papa e seu cardeal-vigário para a Diocese de Roma, Camillo Ruini, concelebraram
também Dom Luigi Moretti, vice-regente da Diocese de Roma, os bispos auxiliares, superiores
de Seminários romanos e os párocos dos novos sacerdotes, que provêm da Diocese e de
institutos religiosos, especialmente dos Legionários de Cristo. A eles, o pontífice
dirigiu um convite...
"Se ouvirem docilmente o Mestre, e O seguirem fielmente,
aprenderão a traduzir em suas vidas e no ministério pastoral, seu amor e sua paixão
pela salvação das almas. Rezemos para que cresça, em todas as paróquias e comunidades
cristãs, a atenção às vocações e à formação dos sacerdotes. Ela se inicia nas famílias,
prossegue nos seminários e envolve todos os que têm, no coração, a salvação das almas."
Bento
XVI pediu aos fiéis presentes na basílica, que não deixassem sós os 22 novos presbíteros:
"Circundemos esses novos irmãos no Senhor, com a nossa solidariedade espiritual. Rezemos
_ concluiu _ para que sejam fiéis à missão a que o Senhor os chama hoje, e estejam
prontos a renovar a Deus, a cada dia, o seu "sim" sem reservas. Peçamos também ao
Pai da messe, neste Dia das Vocações, que continue a suscitar muitos e santos presbíteros,
voltados totalmente ao serviço do povo cristão."
Após a celebração eucarística,
da janela de seus aposentos, o papa rezou com os fiéis e peregrinos _ cerca de 50
mil _ a oração mariana do Regina Coeli que, neste período pós-Páscoa, substitui a
tradicional oração mariana do Angelus.
Antes, porém, fez uma breve reflexão:
"Peçamos o dom da perseverança para todos os sacerdotes: que se mantenham fiéis à
oração, celebrem a santa missa com devoção sempre renovada, e vivam na escuta da Palavra
de Deus" _ disse o papa.
"Na Igreja _ prosseguiu _ existem algumas vocações
especialmente voltadas ao serviço da comunhão. O primeiro responsável da comunhão
católica é o papa, sucessor de Pedro e bispo de Roma. Com ele, há os bispos, custódios
e mestres da unidade, sucessores dos apóstolos, que são coadjuvados pelos presbíteros.
A serviço da comunhão, todavia, estão também as pessoas consagradas e todos os fiéis."
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Nos
últimos 25 anos, os sacerdotes _ que eram 421 mil _ reduziram-se a 406 mil, em todo
o mundo. A queda das vocações, em si, foi de 3,5%, mas esse dado é ainda mais digno
de nota quando comparado à explosão demográfica: a população mundial, de fato, aumentou
de 4,2 bilhões para 7 bilhões de pessoas.
Daí a grande expectativa pela visita
do papa e a realização da V Conferência do Episcopado da América Latina e Caribe,
em Aparecida, em maio próximo. O clero e a Igreja, de modo geral, além dos fiéis católicos,
aguardam dele um novo impulso e novas luzes, para a realização de uma grande missão
evangelizadora em nosso continente.
Para prefeito da Congregação para o Clero,
Cardeal Cláudio Hummes, "a Igreja latino-americana deve se perguntar o que deixou
de fazer e por que não conseguiu enraizar em seus fiéis uma fé mais profunda".
O
problema, segundo ele, não se restringe ao continente, mas atinge o Catolicismo, em
termos mundiais.
"Hoje, a Igreja latino-americana deve se organizar e sair
em missão novamente, para anunciar o Evangelho de Cristo" _ disse o Cardeal Hummes.
"Não podemos ficar esperando nas paróquias. Devemos sair, nós mesmos, para reconquistar
nossos fiéis; devemos juntar-nos aos pobres da periferia, que necessitam da nossa
solidariedade, do nosso calor. Devemos ajudá-los em seus problemas cotidianos e também
na realização dos seus sonhos, porque os pobres também têm sonhos." (CM)