2007-04-30 19:10:03

O HOMEM NÃO TEM DIREITO ABSOLUTO SOBRE A NATUREZA, MAS UM MANDATO DE CONSERVAÇÃO: DIZ O CARDEAL RENATO RAFFAELE MARTINO


Cidade do Vaticano, 28 abr (RV) - "A natureza não é um absoluto, mas uma riqueza colocada nas mãos responsáveis e prudentes do homem": foi o que afirmou ontem, na conclusão do seminário internacional sobre o tema "Mudanças climáticas e desenvolvimento", o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino.

O encontro reuniu, no Vaticano, 80 estudiosos e especialistas provenientes de 20 países dos cinco continentes. Ambientalistas, cientistas e embaixadores se confrontaram sobre o impacto econômico, social e energético das mudanças climáticas e sobre as responsabilidades que delas derivam, em nível nacional e internacional.

O Cardeal Martino recordou-lhes que "o homem tem uma indiscutível superioridade sobre a criação e, em virtude do fato de ser uma pessoa dotada de uma alma importante, não pode ser equiparado aos outros seres viventes, e muito menos considerado elemento de distúrbio do equilíbrio ecológico-naturalista".

Mas o homem não tem direitos absolutos sobre a natureza _ prosseguiu o purpurado _ e sim "um mandato de conservação e desenvolvimento, numa lógica de destinação universal dos bens da terra, que é um dos princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja, princípio que, sobretudo, deve ser declinado com a opção preferencial pelos pobres e pelo desenvolvimento dos países pobres".

O presidente do "Justiça e Paz" criticou aquelas "formas de idolatria da natureza que perdem o homem de vista". "A natureza é, para o homem e o homem é para Deus" _ ressaltou. "Também na consideração dos problemas ligados às mudanças climáticas se deverá fazer tesouro da Doutrina Social da Igreja" _ acrescentou.

O purpurado explicou que a Doutrina Social da Igreja "não diminui nem absolutiza a natureza, nem a reduz a mero instrumento". "A Igreja propõe uma visão realista das coisas" _ precisou o Cardeal Martino. "Ela confia no homem e em sua capacidade sempre nova de buscar soluções para os problemas que a história lhe apresenta. Capacidade que lhe permite refutar, muitas vezes, as correntes infaustas e as improváveis previsões catastróficas."

O purpurado concluiu seu pronunciamento, recordando o quanto seja importante para o homem, reconduzir-se continuamente a seu Criador: "Quando o homem quer colocar-se no lugar de Deus _ disse _ perde de vista também a si próprio e a sua responsabilidade de governo da natureza." (RL)







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