Instante apelo do Papa à unidade e reconciliação da comunidade eclesial siro-católica
28/4/2007) Nas actuais situações de tensão e conflito, “é importante que a Comunidade
eclesial siro-católica possa anunciar o Evangelho com vigor, promovendo uma pastoral
adaptada aos desafios da pós-modernidade e oferecendo um exemplo luminoso de unidade
num mundo fraccionado e dividido”: advertiu Bento XVI, recebendo neste sábado de manhã
no Vaticano os participantes no Sínodo extraordinário da Igreja Siro-católica. O
Papa recordou o insistente convite à unidade e à reconciliação que João Paulo II não
se cansou de dirigir aos bispos siro-católicos, nomeadamente na sua Carta de Agosto
de 2003. Eu próprio – acrescentou Bento XVI – prossegui depois a mesma acção, na minha
carta de Outubro de 2005, pois
“estou profundamente convencido de que hoje
em dia, como outrora, no dealbar do cristianismo, cada comunidade está chamada a oferecer
um claro testemunho de fraternidade. É comovedor ler nos Actos dos Apóstolos que ‘a
multidão dos que tinham aderido à fé tinha um só coração e uma só alma’. É aqui, neste
amor partilhado que é dom do Espírito Santo, que se encontra o segredo da eficácia
apostólica”.
O Papa declarou-se convicto de que os bispos siro-católicos
não ignoram que “é necessário, e até mesmo indispensável”, “superar os obstáculos
que impedem a normalidade da vida eclesial”, nas suas relações mútuas.
“É
o ministério que o Senhor vos confiou que o exige; é o bem da Igreja siro-católica
que o exige. Exigem-no também a situação particular que vive o Médio Oriente e o testemunho
que as Igrejas católicas podem dar na sua unidade. Ressoe nos vossos corações a exortação
cheia de tristeza de Paulo aos fiéis de Corinto: ‘Irmãos, exorto-vos, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo a estardes todos de acordo; que não haja divisões entre vós, vivei
em perfeita harmonia de pensamento e de sentimentos’.”
“Na nossa época,
há desafios que as comunidades cristãs, em todas as partes do mundo, devem enfrentar,
dado que numerosos perigos e armadilhas correm o risco de dissimular os valores do
Evangelho. No que diz respeito à vossa Igreja – precisou o Papa – as violências e
os conflitos que afectam uma parte uma parte do rebanho que vos está confiado constituem
dificuldades suplementares que põem ainda mais em perigo, não só o facto de viverdes
juntos em paz, mas até mesmo a própria vida das pessoas.”
Finalmente, no
que diz respeito à promoção do caminho ecuménico, o Papa recordou o que o Concílio
Vaticano II recomenda às Igrejas orientais católicas: que, em resposta à oração de
Cristo “ut unum sint”, desempenhem um papel particular do ponto de vista do ecumenismo
– “antes de mais, pela oração, pelo exemplo de vida, pela sua religiosa fidelidade
às antigas tradições orientais, por um melhor conhecimento mútuo, pela colaboração
e pela estima fraterna das coisas e das pessoas”.