CIDADE DA GUATEMALA RECORDA 9° ANIVERSÁRIO DO ASSASSINATO DE DOM JUAN GERARDI
Cidade da Guatemala, 27 abr (RV) – A Guatemala recordou, nesta quinta-feira,
o nono aniversário da morte de Dom Juan José Gerardi Conedera, bispo auxiliar de Cidade
da Guatemala, assassinado em 26 de abril de 1998, na paróquia de São Sebastião, na
capital guatemalteca.
O prelado foi assassinado dois dias após ter apresentado
o relatório intitulado "Guatemala nunca mais", no âmbito do projeto REMHI (Recuperação
da Memória Histórica), sobre os mais de 55 mil crimes e violações dos direitos humanos
perpetrados durante a guerra civil (1960-1996). A maioria dos crimes é atribuída ao
exército.
Para recordar o nono aniversário do assassinato de Dom Gerardi, foram
realizados três dias de celebrações, iniciados no último dia 24, com a abertura da
cripta da Catedral Metropolitana da capital, onde se encontram os restos mortais do
prelado. Centenas de guatemaltecos provenientes de todo o país participaram das celebrações
e prestaram homenagem a Dom Gerardi.
"Inclinamos a cabeça em sinal de respeito
e admiração a este homem que deixou sua marca indelével e foi um exemplo para todos
nós" _ ressaltou Ir. Lucia Godoy, da Congregação da Sagrada Família, que participou
da cerimônia conclusiva, realizada na cripta da catedral.
Pelo assassinato
de Dom Juan José Gerardi Conedera, a Justiça processou os militares _ coronel Byron
Disrael Lima Estrada e seu filho, o capitão Byron Lima Oliva _ o guarda-costas presidencial,
José Obdulio Villanueva, que foi por sua vez assassinado, durante um motim no presídio,
em 11 de fevereiro de 2003, a doméstica do bispo, Margarita López, e o secretário
do prelado, o sacerdote Pe. Mario Orantes.
No dia 8 de junho de 2001, o III
Tribunal de Sentença condenou Lima Estrada e Lima Oliva, juntamente com Villanueva,
a 30 anos de reclusão, pelo crime de execução extrajudicial. Pe. Orantes foi condenado
a 20 anos de reclusão, por cumplicidade, e a doméstica Margarita López foi absolvida.
Quatro anos depois, o Tribunal reduziu a pena dos militares para 20 anos de reclusão.
O
diretor do Departamento de Direitos Humanos do Arcebispado de Cidade da Guatemala
(ODAHG), Nery Roneda, explicou hoje, aos jornalistas, que, atualmente, não existe
nenhuma procuradoria que continue a investigar sobre o caso, para se chegar os autores
intelectuais e materiais do crime. (MJ)