Belém, 23 abr (RV) - O julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura,
um dos acusados de ser o mandante do assassinato da Ir. Dorothy Stang, foi marcado
para o dia 14 de maio, em Belém. A missionária norte-americana, que era tida como
uma das líderes na defesa das causas ambientais, agrárias e de direitos humanos no
estado do Pará, foi assassinada com seis tiros, em fevereiro de 2005.
A data
do julgamento já está provocando grande mobilização popular entre as organizações
da cidadania de Belém e do interior do estado, que há mais de dois anos esperam por
justiça.
O Comitê Dorothy, junto com diversos setores do movimento social,
está articulando uma campanha contra a impunidade e em defesa da Amazônia. A campanha
culminará com um grande acampamento de mil pessoas, em frente ao Tribunal de Justiça
do Estado do Pará, durante o julgamento.
No município de Anapu, onde Ir. Dorothy
foi assassinada, os movimentos populares já estão organizando suas caravanas para
ir até Belém, participar do julgamento. Aproveitam a grande repercussão provocada
pelo anúncio do julgamento para aprofundar a luta, exigindo justiça e o cumprimento
das promessas feitas pelo governo federal, além de denunciarem a destruição da floresta.
Em
Anapu, dois anos depois do assassinato de Ir. Dorothy, a situação de conflito permanece
inalterada. A derrubada ilegal da floresta nas áreas dos PDS (Projetos de Desenvolvimento
Sustentável) continua, assim como as ameaças feitas por fazendeiros e madeireiros
às lideranças locais e às famílias que moram na área. (CM)