(11/4/2007) A Páscoa foi celebrada este ano no mesmo dia, 8 de Abril, pelas Igrejas
do Ocidente e do Oriente, numa coincidência de calendários que permite dar um sinal
significativo de unidade. A celebração conjunta repete-se em 2010, 2011, 2014 e 2017,
mas depois só voltará a ter lugar em 2034. Roma e Constantinopla, Moscovo e, sobretudo,
Jerusalém, estiveram unidos nesta celebração. Na Terra Santa, milhares de peregrinos
católicos, protestantes e ortodoxos reuniram-se numa grande festa, abrilhantada pela
presença de 8 mil cristãos da Cisjordânia e quinhentos de Gaza, a quem a autoridade
israelita concedeu, excepcionalmente, autorização para se deslocarem a Jerusalém.
O Patriarca Latino, D. Michel Sabbah, renovou os seus apelos aos que têm responsabilidade
"pela guerra e pela paz", para que coloquem um ponto final no conflito que ensanguenta
a região. "Até agora, a opressão fez nascer a violência e a violência gerou mais
opressão, pelo que é necessário que cesse a ocupação inicial e a recusa do recíproco
reconhecimento", exortou. A Páscoa é a primeira festa cristã em importância e
antiguidade. Nos primeiros séculos, contudo, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa
como os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a celebravam
sempre ao Domingo. O Concílio de Niceia, no ano 325, apresentou prescrições sobre
o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa, conforme os cálculos astronómicos
(primeiro Domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da Primavera): de
22 de Março a 25 de Abril. A adopção do calendário gregoriano (1582) trouxe nova
divergência entre as Igrejas do Ocidente e as Ortodoxas, pois estas não aceitaram,
na liturgia, o novo calendário. As Igrejas de rito Bizantino, para a celebração da
Páscoa, seguem até hoje o “calendário juliano”, que apresenta um atraso de 13 dias
em relação ao nosso calendário civil.