Tornar-nos mensageiros da esperança e do amor de Cristo: a exortação do Papa, em Castelgandolfo
(9/4/2007) “Saúdo
cordialmente os presentes e ouvintes de língua portuguesa, com votos de todo o bem,
e que Deus lhes conceda, como fruto da Páscoa de Cristo, a abundância dos dons do
Espírito Santo!”- Esta a saudação de Bento XVI, na nossa língua, nesta segunda-feira
de Páscoa, ao meio-dia, no pátio da residência de Castelgandolfo, onde se encontra
para alguns poucos dias de repouso, e aonde convergiram milhares de peregrinos, em
ambiente festivo. Na alocução em italiano, antes da antífona deste tempo de Páscoa
– Regina Caeli, o Papa recordou que ao mistério de Cristo ressuscitado a liturgia
dedica “não apenas um dia, mas nada menos de cinquenta dias, ou seja todo o tempo
pascal, que se conclui com o Pentecostes. Por sua vez o domingo de Páscoa é um dia
absolutamente especial, que se estende por toda esta semana até ao próximo domingo,
e forma a Oitava da Páscoa”. “No clima da alegria pascal – sublinhou ainda – a liturgia
desta segunda-feira de Páscoa conduz-nos ao sepulcro onde Maria de Magdala e a outra
Maria, segundo refere São Mateus, levadas pelo amor por Ele se tinham deslocado a
“visitar” o túmulo de Jesus. Conta o evangelista que Ele vem ter com elas, dizendo-lhes:
“Não tenhais medo, ide anunciar aos meus irmãos que vão para a Galileia, lá me verão”.
“Foi realmente uma alegria indizível a que elas experimentaram ao ver de novo
o seu Senhor, e – cheias de entusiasmo – correram a comunicar tudo aos discípulos.
Também nós hoje, como a estas mulheres que ficaram ao lado de Jesus durante a Paixão,
o Ressuscitado repete que não tenhamos medo de nos tornarmos mensageiros do anúncio
da sua ressurreição. Nada tem a temer quem encontra Jesus ressuscitado e a Ele se
confia docilmente. É esta a mensagem que os cristãos estão chamados a difundir até
aos extremos confins do mundo. A fé cristã não nasce do acolhimento de uma doutrina,
mas do encontro com uma Pessoa, com Cristo morto e ressuscitado. Na nossa existência
quotidiana, caros amigos, muitas são as ocasiões para comunicar aos outros, de modo
simples e convicto, esta nossa fé. E é mais do que nunca urgente que os homens e mulheres
da nossa época conheçam e encontrem Jesus e, graças também ao nosso exemplo, se deixem
conquistar por Ele.” O Papa concluiu com uma alusão a Maria, que “a tradição cristã
se gosta de contemplar como aquela que mais do que ninguém se alegra ao abraçar de
novo o seu divino Filho… Depois da ressurreição, a Mãe do Redentor alegra-se com os
“amigos” de Jesus, que constituem a Igreja nascente.” “Renovando a todos vós os meus
cordiais votos de Páscoa, invoco-a, à Regina Caeli, para que mantenha viva em cada
um de nós a fé na ressurreição e nos torne mensageiros de esperança e do amor de Jesus
Cristo”.