Deficit gritante de sacerdotes na Arquidiocese de Luanda destacou D. Damião Franklin
na homilia da Missa Crismal
(5/4/2007) O arcebispado de Luanda vive um deficit gritante de sacerdotes, precisando
de mais padres, clama o próprio pastor, Dom Damião Franklin, no significativo primeiro
dia do tríduo pascal. Na homilia da Missa Crismal hoje, Quinta-feira Santa, o prelado
exemplificou que Luanda conta actualmente apenas com cerca de duzentos sacerdotes
para quase seis milhões de habitantes!
Nos últimos anos, Luanda conseguiu
ordenar entre sete a oito padres, número muito aquém da demanda, pelo que o arcebispo
apelou às famílias a tudo fazerem para influenciar os filhos a descobrirem o chamamento
divino ao exercício do sacerdócio.
«Só para a pastoral directa está uma média
de 60», explicou D. Franklin ao sublinhar a gravidade do deficit de obreiros disponíveis
para a «pastoral directa».
A maioria dos 200 padres existentes está ocupada
em prementes responsabilidades como superiores provinciais, reitores, procuradores,
secretários, etc.
«Não digo que não façam pastoral, mas eu falo da pastoral
directa. Portanto, nós precisamos de mais obreiros. Eles e elas», completou o Arcebispo
e também presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).
Reafirmou
a necessidade das «vocações (inclusive a laical), de famílias boas, famílias cristãs,
jovens engajados, comprometidos não apenas vinculados».
«Precisamos desta gente
toda. Jovens. Eles e elas, que teimam também dar a própria vida pelo Senhor, pela
Sua Igreja, pelo Seu Povo para que este número que dizemos seja engrandecido cada
ano que passa», disse ainda.
Nesta perspectiva, a homilia destacou o papel
das famílias, das comunidades e da catequese.
Para a sanidade da vida sacerdotal,
enalteceu a importância da interioridade, do silêncio e do recolhimento face ao ambiente
de Luanda. Um ambiente que caracterizou de frenesim e stress causado por um trânsito
que se tornou o quinto poder e «a burocracia, este sexto poder».
«Sem o silêncio,
sem a interioridade, condições indispensáveis, a nossa vida sacerdotal corre o risco
de uma derapagem», estimou o prelado. (Apostolado)