"Jesus de Nazaré", novo livro do Papa, será apresentado no Vaticano a 13 de Abril:
nas livrarias a partir do dia 16 nas edições em italiano, alemão e polaco
(4/4/2007) O Vaticano vai apresentar, no dia 13 de Abril, o novo livro de Bento XVI,
"Jesus de Nazaré", que chegará às livrarias a 16 de Abril, com edição em italiano
(Rizzoli), alemão (Herder)e polaco(Wydawnictwo M). Na conferência de imprensa
tomarão parte o Cardeal Christoph Schönborn, Arcebispo de Viena; Daniele Garrone,
Decano da Faculdade Valdese de Teologia, em Roma; Massimo Cacciari, professor de Estética
na Universidade Vita-Salute San Raffaele (Milão). A coordenação está a cargo do Pe.
Federico Lombardi, director da sala de imprensa da Santa Sé. O livro é um trabalho
que Joseph Ratzinger desenvolve desde 2003, ainda antes da sua eleição como Papa,
tendo como objectivo superar a separação entre "o Cristo da fé e o Jesus histórico".
O director da Livraria Editora Vaticana Padre Claudio Rossini ,revelou que já
foram assinados 20 contratos para edições em russo, grego, coreano, japonês e sérvio,
além do inglês e outras línguas de maior difusão internacional. No prefácio deste
volume, o Papa diz que o livro “não é, em absoluto, uma obra magisterial, mas unicamente
a expressão da minha pesquisa pessoal do rosto do Senhor”. Por isso, assegura Bento
XVI, o objectivo é “tentar apresentar o Jesus dos Evangelhos como o verdadeiro Jesus,
como o Jesus histórico no verdadeiro sentido da expressão”. “O ensinamento de
Jesus não provém de uma aprendizagem humana, qualquer que seja. Vem do contacto imediato
com o Pai, do diálogo cara a cara, do ver aquilo que está no seio do Pai. É palavra
de Filho. Sem este fundamento interior, seria temeridade”, escreve. Bento XVI
cita autores da sua juventude, como Karl Adam, Romano Guardini, Franz Michel Willam,
Giovanni Papini, Jean Daniel-Rops. Estes publicaram textos em que a imagem de Jesus
“é delineada a partir dos Evangelhos: como Ele viveu na Terra e como, apesar de ser
inteiramente homem, trouxe ao mesmo tempo Deus aos homens, com o qual, enquanto Filho,
era só uma coisa”. “Assim – explica o Papa – através do homem Jesus, torna-se
visível Deus e, a partir de Deus, pode ver-se a imagem do homem justo”. A obra
lembra que, na investigação recente, “o fosso entre o Jesus histórico e o Cristo da
Fé se torna cada vez maior”. “Os progressos da pesquisa histórico-crítica conduziram
a distinções, cada vez mais subtis, entre os diversos estratos da tradição”, assinala
o Papa, “e a figura de Jesus, sobre a qual se apoia fé, torna-se cada vez mais incerta,
toma contornos cada vez menos definidos”. Neste contexto, Bento XVI quer apresentar
uma interpretação a partir dos Evangelhos, com a consciência de que “esta figura é
muito mais lógica e mais compreensível, do ponto de vista histórico, do que as reconstruções
com as quais nos confrontámos ao longo das últimas décadas”.