SANTA SÉ NÃO ASSINA CONVENÇÃO DA ONU SOBRE DIREITOS DOS DEFICIENTES PORQUE PREVÊ O
ABORTO DOS NASCITUROS DEFICIENTES
Nova York, 1º abr (RV) - Quatro anos de trabalhos e a coordenação de cerca
de 50 países, para dar vida à primeira grande Convenção internacional sobre os direitos
das pessoas portadoras de deficiências. O resultado foi apresentado na última sexta-feira,
em Nova York: um documento para cuja redação colaboraram muitas associações engajadas
na tutela dos deficientes.
A Santa Sé recusou-se a assinar o documento, denunciando
uma cláusula que pode ser usada para justificar o aborto de nascituros portadores
de deficiências.
O observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino
Migliore, já havia sublinhado, precedentemente, a importância de garantir a proteção
dos direitos da dignidade e do valor da vida das pessoas deficientes, um princípio
que impulsionara a Santa Sé, inicialmente, a se unir aos trabalhos da Convenção.
Todavia,
a inserção de uma cláusula sobre as práticas reprodutivas, viola esse princípio, segundo
Dom Migliore. "A própria Convenção, criada para proteger os deficientes das discriminações
_ explicou o arcebispo _ pode acabar sendo usada para negar seu primeiro direito,
que é o direito à vida." (AF)