2007-04-02 18:31:59

BENTO XVI AOS JOVENS: ACEITAR CRISTO COMO REI SIGNIFICA ACEITAR SUA PALAVRA COMO CRITÉRIO VÁLIDO PARA NOSSAS VIDAS


Cidade do Vaticano, 1º abr (RV) - Um morno sol e um ar de primavera incipiente envolviam os milhares de jovens que, esta manhã, se reuniram, na Praça São Pedro, para participar da santa missa presidida por Bento XVI, no domingo que inaugura os eventos da Semana Santa: o Domingo de Ramos, celebração do XXII Dia Mundial da Juventude, este ano apenas em caráter diocesano, na expectativa do grande Dia Mundial da Juventude, que se celebrará em Sydney, Austrália, em 2008.

Em sua homilia, o papa convidou os jovens a terem a coragem de se opor à violência e à mentira, e a não satisfazer-se daquilo que todos pensam o fazem, mas sim a se interrogarem sobre Deus, para seguirem Jesus, Rei da paz e da justiça, que se fez flagelar e crucificar por nós.

Numa atmosfera de grande recolhimento, o pontífice guiou a sugestiva procissão do Domingo de Ramos, na Praça São Pedro, até o sagrado da Basílica Vaticana, onde abençoou os ramos de palmas e de oliveiras, trazidos pelos fiéis.

Na procissão dos ramos _ recordou o papa _ professamos a realeza de Cristo e reconhecemos Jesus como "Rei da paz e da justiça".

"Reconhecê-lo como Rei _ sublinhou o papa _ significa aceitá-lo como Aquele que nos indica a vida, Aquele em quem confiamos e que seguimos. Significa aceitar, dia após dia, a sua palavra como critério válido para a nossa vida. Significa ver n'Ele a autoridade à qual nos submetemos. Nós nos submetemos a Ele, porque a sua autoridade é a autoridade da verdade."

O papa nos exorta a dizer "sim!" a Cristo, a ir com Ele, aonde quer que Ele nos levar, confiando plenamente na sua guia. Seguir Cristo significa uma transformação interior da nossa existência.

"Trata-se da decisão fundamental de não considerar mais a utilidade e o lucro, a carreira e o sucesso como objetivo último da minha vida, mas sim de reconhecer, ao invés, como critérios autênticos, a verdade e o amor. Trata-se da opção entre o viver somente para mim mesmo ou o doar-me por algo muito maior" _ ressaltou o pontífice.

Na liturgia do Domingo de Ramos é cantado o Salmo 24 que, também em Israel, era um canto de procissão, usado na subida ao monte do templo. "O salmo _ disse Bento XVI _ interpreta uma subida interior expressa com a imagem da subida exterior, que nos ilustra, uma vez mais, o que significa subir, se elevar com Cristo. E aqueles que sobem e querem alcançar realmente o ápice, chegar até o verdadeiro alto, devem ser pessoas que se interrogam sobre Deus."

E a condição para subir _ recita o salmo _ é ter "mãos inocentes e coração puro"...

"Mãos inocentes são mãos que não são usadas para cumprir atos de violência. São mãos que não se sujam com a corrupção e com suborno _ indicou o Santo Padre. Coração puro _ quando o coração é puro? É puro um coração que não finge e não se mancha com a mentira e a hipocrisia. Que permanece transparente como a água na nascente, porque não conhece a falta de sinceridade, de lealdade. É puro um coração que não se embriaga com o prazer, um coração no qual o amor é verdadeiro e não apenas a paixão de um momento. Mãos inocentes e coração puro: se caminharmos com Jesus, subiremos e encontraremos as purificações que nos conduzem àquele plano ao qual o homem é destinado: a amizade com o próprio Deus."

Na antiga liturgia do Domingo de Ramos _ recordou o pontífice _ o sacerdote, tendo chegado diante da igreja, batia fortemente no portão ainda fechado, com a cruz portada em procissão, e então o portão se abria: uma bela imagem para demonstrar que Jesus, com a força do seu amor que se doa, com a madeira da sua Cruz, bateu, neste mundo, às portas de Deus.

"Com a Cruz, Jesus escancarou as portas de Deus, a porta entre Deus e os homens. Agora ela está aberta! Mas também do outro lado, o Senhor bate com sua Cruz: bate às portas do mundo, às portas dos nossos corações, que tão freqüentemente e tão numerosos, estão fechados a Deus" _ lamentou o papa.

Que o Senhor nos ajude a abrir as portas de nossos corações _ foi a invocação de Bento XVI _ a fim de que Ele, o Deus vivo possa, em seu Filho, chegar a este nosso tempo e alcançar a nossa vida.

Ao término da santa missa, o Papa saudou, em várias línguas, os fiéis presentes, de modo particular os jovens. Eis o que disse em português: "Queridos jovens de língua portuguesa, as vossas aclamações e hossanas a Jesus são devidas e justas: Ele é o Deus que a todos salva. Salvou, morrendo; morreu, amando; e, amando, ressuscitou. Hoje é visível no coração que Lhe obedece e ama como Ele amou: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei». Prezados amigos, com o amor de Cristo que jorra dos vossos corações, ide e abençoai a terra!" RealAudioMP3 (AF)







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