O LUGAR DA MULHER NA IGREJA REQUER ABERTURA DE HORIZONTES AOS SINAIS DOS TEMPOS
Lisboa, 26 mar (RV) - A reflexão sobre o lugar da mulher na Igreja "requer
abertura de horizontes aos sinais dos tempos". Esse é o pedido de Dom Carlos Alberto
de Pinho Moreira Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa e secretário da Conferência Episcopal
Portuguesa.
O bispo participou das Jornadas de Teologia-2007, promovidas pelo
Instituto Superior de Estudos Teológicos (ISET) de Coimbra, nos dias 23 e 24 do corrente,
com o tema "A Mulher e a Igreja: perspectivas para o século XXI".
Dom Moreira
Azevedo afirma que alguns ensinamentos da Igreja ainda reduzem a mulher a esposa amante
e mãe sacrificada. "Uma parcial teologia do serviço contribui para manter muitas mulheres
cristãs em estado de inferioridade, com a ausência do reconhecimento de suas capacidades."
Nesse sentido, o bispo considera que "a reflexão teológica feita no feminino
favorecerá visões, possibilidades e estratégias alternativas, de que a Igreja anda
tão necessitada".
Dom Moreira Azevedo alerta: "Não basta apreciar o gênio da
mulher na vida social e eclesial. Essa hora já chegou... A mulher participa ativamente
da Igreja, não só no silêncio e de modo invisível, mas com papel relevante como construtoras
de teologia."
Falando de um "profetismo feminino da mãe-Igreja", o prelado
apontou para a necessidade de se passar "a uma civilização da ternura". Por isso _
observou _ "quando a Igreja desatende à sua missão feminina, o que é grave não é o
estar em desacordo com a moda dos tempos, mas antes o ser infiel à sua verdade interior".
(AL)