Dia Mundial da água: um terço da humanidade com escassez de água.
(22/3/2007) Uma em cada três pessoas enfrenta problemas de abastecimento de água
e uma em cada cinco tem grandes dificuldades em aceder a água potável num mínimo de
20 litros por dia. A estimativa pertence às Nações Unidas , que lembram hoje, através
de mais um Dia Mundial da Água, a relação entre a falta deste bem, a pobreza e a doença.
"Enfrentando a Escassez da Água" é a proposta de reflexão e acção feita pelas Nações
Unidas, que integraram há há seis anos as questões da água nos grandes Objectivos
do Milénio, fixando metas mundiais para 2015, no domínio da qualidade deste recurso
e da sua distribuição a todos de modo justo. Hoje, Dia Mundial da Água, é lembrado
que a escassez ocorre mais nas zonas áridas e semi-áridas do globo afectadas por seca
e variabilidade climática, factores que se combinam com o aumento da população."A
escassez é uma questão de pobreza", afirma taxativamente o documento oficial da ONU
sobre o tema deste 22 de Março, acrescentando que "a água imprópria para consumo e
a falta de saneamento são o destino das pessoas pobres um pouco por todo o Mundo".
Uma pessoa em cinco da população não chega a ter 20 litros de água potável, a quantidade
considerada mínima. Os cálculos feitos sobre a disponibilidade global de água indicam
que, em cada ano, haveria cinco a seis mil metros cúblicos por cada habitante da Terra,
quando são suficientes 1.700. Mas também as reservas estão mal distribuídas geograficamente.
Por exemplo, na Jordânia e outros países do Médio Oriente, a disponibilidade fica
abaixo dos 200 metros cúbicos por pessoa. Não só aí são previsíveis conflitos por
causa do acesso à água o documento da ONU admite uma série de factores a influenciar
tal desfecho. A população aumenta, cresce a necessidade de produzir alimentos (a agricultura
gasta 70% do recurso) e será difícil evitar a poluição das reservas subterrâneas ou
superficiais. De alguma forma, como sublinha o director-geral da Unesco, encarregado
da mensagem sobre este dia, a escassez da água e a luta por este bem "são uma ameaça
à paz e à erradicação da pobreza". Koichiro Matsuura lembra também que a falta de
água não ocorre só nas zonas áridas e semi-áridas, mas que estas são mais vulneráveis
por razões climáticas e por práticas não sustentáveis.