2007-03-22 19:21:41

CAMBOJA: UMA IGREJA PARA CHAMLAT


Phnom Penh, 21 mar (RV) - Depois do drama vivido no reinado de terror dos Khmer vermelhos, a comunidade cristã do Camboja começa a crescer de novo e a encontrar seu espaço

Pe. François Ponchaud é um nome que não pode ser esquecido, quando se fala dos dramas vividos no Camboja, na segunda metade do século XX. Esse sacerdote católico trabalhava no país desde 1965, e em 1977, escreveu o livro "Camobge Année Zero" (Camboja, ano zero), sobre o reino de terror dos Khmer vermelhos.

Esse retrato chocante foi recebido com indignação, numa Europa pouco disposta a aceitar o genocídio no Camboja e que preferiu voltar os olhos para os outro lado.

Após a publicação do livro, Pe. Ponchaud entrou numa "crise religiosa": "Senti-me abandonado por Deus _ diz ele _ não só por causa dos horrores que testemunhei, mas também porque as pessoas duvidaram de tudo o que eu tinha, de fato, visto e ouvido" _ ressalta.

A verdade emergiu, finalmente, depois do final do regime comunista dos Khmer vermelhos: de 1975 a 1979, o regime ceifou a vida de cerca de dois milhões de pessoas, quase um terço de toda a população do Camboja, tanto nos campos de extermínio quando nos trabalhos forçados, em arrozais.

Pe. François Ponchaud foi expulso nos anos 70, mas já regressou ao Camboja. Hoje, trabalha como pároco nas aldeias de Chamlat e Trapeang Kondaol, no sudoeste do país.

Neste momento, o Camboja está dividido em três províncias eclesiásticas: o vicariato apostólico de Phnom Penh e as prefeituras apostólicas de Battambang e Kompong Cham.

Em Chamlat, uma igreja acaba de ser construída, com a ajuda da fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (AIS). O número de cristãos caiu drasticamente, como resultado das perseguições na década de 70 e da conseqüente fuga das populações.

Apesar de o número de pessoas que professam a fé católica, atualmente, ser inferior a 1%, o número de paróquias está crescendo. Em Phum Thmei, a comunidade é assistida por um missionário equatoriano, que para ali se desloca todos os fins de semana. (MZ)







All the contents on this site are copyrighted ©.