BENTO XVI: A CONVERSÃO A DEUS SALVA O HOMEM E A SOCIEDADE E OS AJUDA A AFRONTAR COM
EFICÁCIA O MAL E AS DESVENTURAS DA VIDA
Cidade do Vaticano, 11 mar (RV) - A humanidade de todos os tempos precisa converter-se
a Deus, porque a conversão vence o mal pela raiz, e permite ao homem e à sociedade,
melhorar-se e abrir-se à esperança. As pessoas e as sociedades que, ao invés, jamais
se colocam em discussão, "têm a ruína como único destino final".
Com essas
considerações, Bento XVI dirigiu-se aos cerca de 60 mil fiéis e peregrinos que, ao
meio-dia deste domingo, se reuniram na Praça São Pedro, para participar da recitação
da oração mariana do Angelus.
Converter o coração não significa escapar do
mal, mas afrontá-lo, de modo que a desventura seja evitada ou vencida com o bem. E
embora nem sempre se possam evitar as conseqüências do mal, a conversão sempre reconduz
a paz ao espírito.
Portanto, a conversão a Deus é um ato de realismo, não de
moralismo: foi o ensinamento que Bento XVI extraiu do Evangelho do III Domingo da
Quaresma, para depois reapresentá-lo, em sua breve reflexão antes da oração mariana
do Angelus.
Na origem dessa página do Evangelho, se encontram dois eventos
particulares: uma revolta dos galileus, sufocada no sangue por Pilatos; e a queda
de uma torre em Jerusalém, que provocou 18 mortos.
Comentando esses fatos,
Jesus inverte a mentalidade do tempo que considerava toda e qualquer desgraça _ acidental
ou causada pelo homem _ como uma conseqüência direta de uma grave culpa pessoal. Os
galileus mortos nas duas dramáticas circunstâncias não são mais culpados do que todos
os demais, objeta Jesus, concluindo peremptório: "Mas se não vos arrependerdes, perecereis
todos do mesmo modo." (Lc 13, 3)
"Eis, portanto _ ponderou o pontífice _ o
ponto ao qual Jesus quer levar seus ouvintes: a necessidade da conversão. Ele não
a propõe em termos moralistas, mas realistas, como única resposta adequada a eventos
que colocam em crise as certezas humanas. Diante de certas desgraças _ adverte Jesus
_ não adianta colocar a culpa nas vítimas. É verdadeira sabedoria deixar-se interpelar
pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência
e melhorar nossa vida."
"Isso é sabedoria, essa é a resposta mais eficaz ao
mal, em todos os níveis, interpessoal, social e internacional" _ afirmou Bento XVI,
ressaltando que, "de fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem jamais colocar-se
em discussão, têm a ruína como único destino final."
É preciso "um sério exame
de consciência" _ insistiu Bento XVI _ e o "empenho a purificar a própria vida".
Antes
de recitar a oração mariana do Angelus, o papa concluiu, pedindo ajuda a Nossa Senhora,
para se redescobrir a "beleza da conversão". (RL)