2007-03-17 17:58:55

Seis milhões de crianças vitimas de abusos na América Latina


(17/3/2007) Mais de seis milhões de crianças sofrem de graves abusos, e 80 mil morrem, em cada ano, na América Latina, segundo um estudo realizado por várias agências das Nações Unidas e apresentado no passado dia 14, em Santiago, no Chile.
O “Estudo do secretário-geral sobre a violência contra crianças” é a uma primeira análise sobre o assunto e foi elaborado com a participação de especialistas do UNICEF (Fundos das Nações Unidas para a Infância), do Alto Comissariado de Direitos Humanos, da ONU, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPS).
O trabalho foi dirigido por Sérgio Pinheiro, ex-secretário de Estado para os Direitos Humanos, do Brasil.
Na apresentação dos dados, destacou que o alto nível da violência contra as crianças na região está relacionado à desigualdade económica e à falta de mecanismos de protecção legal.
O documento contém perspectivas de direitos humanos, saúde pública e protecção da infância, destacando os ambientes em que a violência acontece: a casa, a escola, instituições judiciais e de atendimento a crianças, locais de trabalho e a comunidade.
Para além disso, o relatório destaca ainda os prejuízos dos maus-tratos, sublinhando que eles podem repercutir no desenvolvimento, na saúde e na capacidade de aprendizagem das crianças.
O relatório aponta que, cerca de seis milhões de crianças sofrem abusos graves na América Latina, e, a cada ano, 80 mil morrem, em virtude da violência familiar. Apresenta também dois milhões como o número de vítimas de exploração sexual para fins comerciais.
Juan Manuel Sotelo, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPS) na região, destacou a existência de formas de violência muitas vezes esquecidas, como a má nutrição das crianças, por parte de seus pais.
O estudo propõe várias recomendações, como a criação de estratégias nacionais de prevenção e luta contra a violência e recomenda também aos Estados, medidas administrativas, legislativas e financeiras para proteger as crianças.
O relatório sugere ainda a proibição legal de todas as formas de maus-tratos contra crianças, inclusive os castigos corporais e a criação de sistemas nacionais de catalogação de dados confiáveis.








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