2007-03-15 18:53:18

INICIADO PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DO DESCOBRIDOR DA CAUSA DA SÍNDROME DE DOWN


Paris, 14 mar (RV) - O arcebispo de Paris, Dom André Vingt-Trois, anunciou ontem, a abertura da causa de beatificação de Jérôme Lejeune, pai da genética moderna e descobridor da causa da Síndrome de Down.
Com a autorização do Vaticano, o arcebispo nomeou Pe. Jean Charles Naud, prior da Abadia de Saint Wandrille, como postulador da causa.

No Brasil, pouco se sabe sobre sua vida, suas pesquisas e sua personalidade.

O prof. Jérôme Lejeune nasceu em 1926, na cidade de Montrouge, França. Cresceu no seio de uma família muito unida, o que lhe permitiu desenvolver suas aptidões físicas, intelectuais e espirituais. Muito reconhecido, ele manifestou uma constante veneração por seus pais, que permitiram a cada filho, realizar seus talentos com toda liberdade. "Minha família foi a maior recompensa recebida em minha vida" _ dizia Lejeune.

Durante seus estudos, seu pai sempre o orientou, não no sentido de armazenar conhecimentos enciclopédicos, mas a desenvolver suas capacidades intelectuais pelo exercício das mesmas. Nessa perspectiva, sua formação humanística foi muito grande. Ele se consagrou particularmente aos estudos do latim e grego, além da religião, filosofia, literatura, matemática e geometria. Concluiu seus estudos secundários em 1946. Sua adolescência foi marcada pela guerra, como a de todos de sua geração.

O prof. Lejeune começou seus estudos de Medicina, desejando ser um médico na área rural. Isso determinou, durante certo tempo, suas escolhas de estágios de formação. Mas, rapidamente, ele se interessou pelo enigma do mongolismo e manifestou sua vontade de trabalhar sobre os mecanismos e a caracterização dessa doença.

Ao aprofundar seus estudos de genética, o prof. Lejeune seguiu o objetivo de toda sua carreira: aliviar o sofrimento, tratando _ e curando _ na medida do possível, fiel ao juramento de Hipócrates.

O cientista publicou seu descobrimento sobre a causa da síndrome de Down e do cromossomo 21, em 1959, quando tinha apenas 33 anos. Três anos depois, em 1962, foi nomeado perito em genética humana, na Organização Mundial da Saúde, e em 1964, diretor do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França.

A Faculdade de Medicina da Sorbonne criou, especialmente para ele, a primeira cátedra de Genética Fundamental. O prof. Jérôme Lejeune foi também o primeiro presidente da Pontifícia Academia para a Vida. O pai da genética moderna morreu em 3 de abril de 1994.

Sua morte foi objeto de numerosas manifestações: uma longa carta de João Paulo II à sua família, elogios em várias academias de ciências, discursos de autoridades políticas, científicas e culturais. Milhares de cartas chegaram do mundo inteiro. Uma frase apareceu, em comum, entre muitas cartas de pais: "Ele nos ensinou a amar nossa criança". (CM)







All the contents on this site are copyrighted ©.