BRASIL TEM A MENOR PROPORÇÃO DE PADRES NO MUNDO CATÓLICO
Brasília, 14 mar (RV) - Dados de 2006, do Centro de Estatística Religiosa e
Investigações Sociais (Ceris), mostram que a proporção de padres no Brasil é a mais
baixa do mundo entre os países católicos, sendo insuficiente para atender todos os
católicos do país.
Enquanto no Brasil há 18.685 padres, uma média de um sacerdote
para mais de 10 mil habitantes, na Itália, existe um padre para cada mil habitantes.
A proporção do Brasil fica atrás mesmo quando comparada com a de países que não são
oficialmente católicos como os Estados Unidos, onde existe um padre para cada 6.350
habitantes, e a Alemanha, com um padre para cada 4.500 habitantes.
Na América
Latina, o problema enfrentado pelo Brasil fica evidente nos números. A Argentina tem
um sacerdote para cada 6.800 habitantes, e a Colômbia, um para cada 5.600. A média
do México, o segundo maior país católico do mundo, é a que mais se aproxima da do
Brasil: um sacerdote para cada 9.700 habitantes.
Numa tentativa de enfrentar
a situação das paróquias sem sacerdotes, impedidas de celebrar a Eucaristia, Bento
XVI recomendou a renovação da pastoral vocacional e uma melhor distribuição do clero
no mundo. A idéia de ordenar homens casados foi rejeitada, reafirmando o valor do
celibato sacerdotal.
Na exortação apostólica pós-sinodal, "Sacramentum Caritatis",
ou seja, "Sacramento do amor", de Bento XVI, divulgada ontem, a escassez de padres
é considerada "situação dolorosa". "Isso acontece não só em algumas áreas de primeira
evangelização, mas também em muitos países de tradição cristã"_ ressalta o documento.
Segundo
especialistas, a Igreja no Brasil não sofre apenas com a escassez de padres, mas também
com o baixo nível de formação educacional dos novos seminaristas. (MJ)