Berlim, 07 mar (RV) - O embaixador israelense na Alemanha, Shimon Stein, criticou
ontem, as declarações dos bispos católicos alemães, que compararam a situação dos
palestinos em Israel à dos nazistas com os judeus, no gueto de Varsóvia, durante a
II Guerra Mundial.
Em nota, o embaixador se disse chocado e decepcionado, ao
ler os comentários na imprensa alemã, do bispo de Eichstätt, Dom Gregor Maria Hanke,
durante uma viagem a Israel, na semana passada.
"Pode-se ter opiniões divergentes
sobre a política de Israel, pode-se criticá-la, mas se deve escolher as palavras,
os termos e as comparações históricas" _ frisou o embaixador.
"Quando termos
tais como "gueto de Varsóvia" ou "racismo" são utilizados em relação às políticas
de Israel com os palestinos, quer dizer que se esqueceu de tudo, ou que não se aprendeu
nada e se fracassou moralmente" _ acrescentou o diplomata israelense.
De acordo
com a imprensa alemã, Dom Gregor Maria Hanke condenou as condições de vida impostas
aos palestinos nos territórios ocupados, após uma visita ao Memorial de Yad Vashem,
dedicado às vítimas do Holocausto.
O bispo participava de um encontro de uma
semana, em Israel, junto com 27 bispos católicos alemães, sob a direção do presidente
da Conferência Episcopal Alemã, o cardeal-arcebispo de Mainz, Karl Lehmann.
"Pela
manhã, vimos fotos do gueto desumano de Varsóvia. À noite, atravessamos o gueto de
Ramallah. É irritante" _ afirmou Dom Hanke.
Outros prelados, como o cardeal-arcebispo
de Colônia, Joachim Meisner, compararam o muro de segurança instalado por Israel na
fronteira da Cisjordânia, ao Muro de Berlim.
"Não achava que voltaria a ver
uma coisa desse gênero em minha vida. Este muro ruirá, como ruiu o Muro de Berlim"
_ comentou o Cardeal Meisner, segundo o jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung". (SP)