Argel, 06 mar (RV) - Os monges trapistas querem voltar à Argélia e estabelecer-se
novamente no mosteiro de Nossa Senhora de Atlas, em Tibhirine, o mesmo que foi palco
do bárbaro assassinato, em maio de 1996, de sete monges.
A notícia foi comunicada
pelo cardeal-arcebispo de Lyon, França, Philippe Barbarin, numa entrevista aos jornalistas.
O
Cardeal Barbarin acaba de realizar uma peregrinação à Argélia, em companhia do responsável
muçulmano do culto, da região Ródano-Alpes, Azzedine Gaci. Durante a visita, o grupo
de peregrinos cristãos e muçulmanos visitou também o túmulo dos sete monges trapistas,
seqüestrados e assassinados por terroristas islâmicos.
O cardeal-arcebispo
de Lyon pediu orações em favor do retorno dos monges trapistas à Argélia. Nos últimos
anos, numerosas tentativas para dar vida a uma abadia fracassaram.
Em 1998,
dois anos depois do massacre dos sete trapistas, quatro monges mostraram desejo de
voltar a abrir o mosteiro, situado a cerca de 100 km de Argel, a capital. Na época,
o ministro argelino do Interior advertiu os monges dos riscos de seu retorno, alegando
razões de segurança. Mas os quatro monges _ um argelino, um francês, um espanhol e
um polonês _ permaneceram em Argel, para preparar-se para sua nova tarefa, aprendendo
árabe e francês.
A Igreja Católica na Argélia tem uma presença que quer ser
testemunho do amor de Deus e da solidariedade dos fiéis, segundo explicam os monges.
(CM)