Caritas preocupada com a situação em Moçambique, e alerta sobre o risco de fome
(28/2/2007) A confederação internacional da Cáritas lançou um alerta sobre o risco
de a fome vir agravar ainda mais a situação das populações atingidas pelas cheias
em Moçambique. Segundo a organização católica para a solidariedade e a ajuda humanitária,
a crise poderá piorar significativamente dentro de duas a três semanas. Ludger
Smolka, um dos responsáveis da Cáritas envolvido nas operações de ajuda, assegura
que as necessidades básicas dos desalojados apenas poderão ser satisfeitas "nos próximos
dias". O Chefe de Estado de Moçambique, Armando Guebuza, afastou, para já, a possibilidade
de o país vir a lançar um pedido de ajuda internacional a fim de fazer face às consequências
das cheias no vale do Zambeze e à destruição causada pelo ciclone "Favio", segundo
a Agência Lusa. Guebuza fez esta segunda-feira um périplo por alguns dos locais
mais afectados pelas cheias deste ano ao longo do rio Zambeze que, de acordo com as
últimas estimativas, afectaram 163 mil e 45 pessoas, 107 mil e 534 das quais se encontram
em 54 centros de acomodação temporária. Segundo a Cáritas, as reservas de alimentos
já eram muito poucas antes da tragédia, devido à seca. O ciclone acabou por destruir
o que tinha sobrado das explorações agrícolas. Ernesto Martinho, secretário-geral
da Cáritas Moçambique, explica que as maiores necessidades são "alimentos, tendas,
kits de cozinha e higiene, bem como redes mosquiteiras". Face às proporções atingidas
pelas cheias, a Cáritas Portuguesa já apelou os portugueses para que ajudem aqueles
que, neste momento, estão a sofrer graves privações devido a este flagelo.