A objecção de consciencia foi reafirmada como direito na apresentação de um congresso
internacional promovido pela Academia Pontificia para a Vida
(21/2/2007) A objecção de consciência pode ser um testemunho de ajuda e de serviço
à vida, afirmou o presidente da Academia Pontifícia para a Vida (APV), apresentando
no Vaticano o Congresso Internacional "A consciência cristã em apoio ao direito à
vida", e falando do papel da consciência cristã e da urgência da sua formação no contexto
actual. "Os temas da tolerância, da democracia, da autonomia moral, sobretudo
em relação às opções do indivíduo ou na pesquisa científica, parecem à primeira vista
opor-se à formação e à manifestação da consciência", referiu, em conferência de imprensa
D. Elio Sgreccia. O presidente da APV defendeu que "existe um espaço legítimo
para a consciência cristã na sociedade pluralista", a qual é de utilidade "para toda
a sociedade quando a consciência cristã pode expressar-se e pode oferecer o seu contributo".
A objecção de consciência, disse D. Sgreccia, "não é a única instância da consciência
cristã no campo da saúde", mas "precisamente pelo serviço à vida, pela honra que corresponde
a todo homem vivo, é necessário evitar o mal e, quando acontece, pôr por obra a objecção
e o protesto de consciência". Daí que a mesma não implique "uma fuga das responsabilidades,
mas, pelo contrário, uma assunção de um testemunho de ajuda", acrescentou. E é justamente
no "sector da vida e da saúde" onde se apresentam actualmente toda uma série de "«novas
situações onde os médicos e outras figuras vinculadas à sua actividade estão chamados
a pôr em prática a instância da objecção", reconheceu. "Numa sociedade que quer
ser autenticamente democrática, a consciência deve ser capaz de falar também por quem
ainda não tem voz ou não pode expressar-se", prosseguiu. O Congresso Internacional
“A consciência cristã em defesa do direito à vida” irá desenrolar-se de 23 a 24 de
Fevereiro, por ocasião da XIII Assembleia Geral da Academia Pontifícia para a Vida.
Ao longo de três sessões, os congressistas debaterão problemas relacionados com
a objecção de consciência. Este Congresso Internacional abordará aspectos morais,
teológicos, jurídicos, políticos e profissionais sobre esta temática, sendo seguida
pela XIII Assembleia Geral da APV. A Academia Pontifícia para a Vida foi instituída
por João Paulo II em 11 de Fevereiro de 1994, com o Motu Proprio “Vitae Mysterium”.
Tem como objectivo o estudo, a informação e a formação sobre os principais problemas
de bioética e de direito, relativos à promoção e defesa da vida, sobretudo na relação
directa que estes têm com a moral cristã e com as directivas do magistério da Igreja
Católica.