2007-02-21 15:47:17

A objecção de consciencia foi reafirmada como direito na apresentação de um congresso internacional promovido pela Academia Pontificia para a Vida


(21/2/2007) A objecção de consciência pode ser um testemunho de ajuda e de serviço à vida, afirmou o presidente da Academia Pontifícia para a Vida (APV), apresentando no Vaticano o Congresso Internacional "A consciência cristã em apoio ao direito à vida", e falando do papel da consciência cristã e da urgência da sua formação no contexto actual.
"Os temas da tolerância, da democracia, da autonomia moral, sobretudo em relação às opções do indivíduo ou na pesquisa científica, parecem à primeira vista opor-se à formação e à manifestação da consciência", referiu, em conferência de imprensa D. Elio Sgreccia.
O presidente da APV defendeu que "existe um espaço legítimo para a consciência cristã na sociedade pluralista", a qual é de utilidade "para toda a sociedade quando a consciência cristã pode expressar-se e pode oferecer o seu contributo".
A objecção de consciência, disse D. Sgreccia, "não é a única instância da consciência cristã no campo da saúde", mas "precisamente pelo serviço à vida, pela honra que corresponde a todo homem vivo, é necessário evitar o mal e, quando acontece, pôr por obra a objecção e o protesto de consciência".
Daí que a mesma não implique "uma fuga das responsabilidades, mas, pelo contrário, uma assunção de um testemunho de ajuda", acrescentou. E é justamente no "sector da vida e da saúde" onde se apresentam actualmente toda uma série de "«novas situações onde os médicos e outras figuras vinculadas à sua actividade estão chamados a pôr em prática a instância da objecção", reconheceu.
"Numa sociedade que quer ser autenticamente democrática, a consciência deve ser capaz de falar também por quem ainda não tem voz ou não pode expressar-se", prosseguiu.
O Congresso Internacional “A consciência cristã em defesa do direito à vida” irá desenrolar-se de 23 a 24 de Fevereiro, por ocasião da XIII Assembleia Geral da Academia Pontifícia para a Vida.
Ao longo de três sessões, os congressistas debaterão problemas relacionados com a objecção de consciência. Este Congresso Internacional abordará aspectos morais, teológicos, jurídicos, políticos e profissionais sobre esta temática, sendo seguida pela XIII Assembleia Geral da APV.
A Academia Pontifícia para a Vida foi instituída por João Paulo II em 11 de Fevereiro de 1994, com o Motu Proprio “Vitae Mysterium”. Tem como objectivo o estudo, a informação e a formação sobre os principais problemas de bioética e de direito, relativos à promoção e defesa da vida, sobretudo na relação directa que estes têm com a moral cristã e com as directivas do magistério da Igreja Católica.








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