(20/2/2007) A União Europeia confirmou o prolongamento, por mais um ano, das sanções
contra o Zimbabwe, que impedem a entrada do Presidente daquele país, Robert Mugabe,
em território comunitário. Este prolongamento, já esperado, pretende manter a pressão
sobre Mugabe, acusado de profundas violações dos direitos humanos no seu país. A decisão,
formalizada esta segunda feira em Bruxelas, confirma as dificuldades na preparação
da futura cimeira UE-África, que Portugal pretende realizar no fim do ano, em Lisboa.
A realização da cimeira tem sido atrasada pela oposição de vários Estados membros,
nomeadamente o Reino Unido, à participação de Mugabe. Por outro lado, se Mugabe não
for convidado, alguns dirigentes africanos deram a entender que poderão não comparecer,
num acto de solidariedade continental. A chanceler alemã Angela Merkel, na presidência
do conselho da UE, disse na cimeira França -África, em Cannes, que acompanha a situação
no Zimbabwe "com grande preocupação; a intimidação de adversários políticos, as perseguições
e ameaças contra agricultores e mesmo a destruição das áreas onde vivem as camadas
pobres da população não podem ser justificadas". Ontem, na capital do país, Harare,
a polícia usou gás lacrimogéneo e canhões de água para impedir um comício da oposição.