2007-02-19 15:36:32

CARDEAL MARTINO: "NÃO À POLÍTICA DO OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE" NA LUTA CONTRA O TERRORISMO


Cidade do Vaticano, 17 fev (RV) - Toda autêntica religião jamais deve tornar-se pretexto para alimentar conflitos, ódio e violência. Indivíduos e comunidades religiosas têm o dever de manifestar claramente, sua completa e radical rejeição à violência, de toda e qualquer violência, sobretudo aquela que se encobre com o santo nome de Deus. Hoje, a humanidade espera dos fiéis, gestos concretos de paz e de solidariedade e críveis palavras de esperança.

Foi o que disse esta manhã, o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, falando aos jovens do Colégio Santo Aloísio, de Malta, sobre o tema: "Paz, violência e religiões".

O Cardeal Martino encontra-se, desde ontem, sexta-feira, na ilha de Malta, para animar três dias de reflexão e de estudos sobre a Doutrina Social da Igreja, no 40º aniversário da encíclica "Populorum Progressio", de Paulo VI, e no 20º, da encíclica "Sollicitudo Rei Socialis", de João Paulo II.

Esta manhã, após ter ressaltado as muitas características da guerra e da paz hoje ,do alargar-se do terrorismo e da urgência de defender a sacralidade da vida humana, promover a família, eliminar a pobreza, empenhar-se concretamente pelo desarmamento e defender o desenvolvimento, o purpurado insistiu no conceito de que "nenhum motivo religioso pode induzir-nos a considerar os outros como inimigos contra os quais combater".

"Há um tempo _ disse o presidente do "Justiça e Paz" _ para aprender da diversidade, e há um tempo para aprender sobretudo daquilo que se tem em comum."

Acerca do terrorismo, o Cardeal Martino ressaltou que ele "se transformou de atos isolados de indivíduos extremistas numa sofisticada rede de cooperação política, tecnológica e econômica, com acesso a imensos recursos e estratégias planificadas em vasta escala".

Indivíduos e nações tomados como alvos pelo terrorismo são tentados a retribuir "olho por olho, dente por dente", em espírito de vingança, mas isso só faz aumentar a violência, num trágico círculo vicioso, quando, ao invés, é necessária uma "eficaz cooperação política internacional, para resolver, com coragem e determinação, os problemas que, em certas dramáticas situações, colocam mais lenha na fogueira dos terroristas".

"É profanação e blasfêmia _ disse o purpurado, citando o Compêndio da Doutrina Social da Igreja _ proclamar-se terroristas em nome de Deus. Nenhuma religião pode tolerar o terrorismo e muito menos pregá-lo."

"É dever imprescindível das grandes religiões da humanidade trabalhar juntos para difundir uma consciência mais intensa da unidade da família humana, de modo a eliminar as causas culturais do terrorismo, ensinando que, aos olhos de Deus, é grande a dignidade da pessoa humana e jamais a violência pode justificar-se em nome d'Aquele que é amor."

"O serviço que as religiões podem prestar à paz e à luta contra o terrorismo _ concluiu o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz" _ consiste exatamente na pedagogia do amor e da reconciliação." (RL)







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