Bento XVI sublinha a importância do ministério da confissão
(19/2/2007) O “precioso ministério pastoral” do confessor - “pai, juiz espiritual,
mestre, educador” - “reveste sobretudo um carácter espiritual”: “à sabedoria humana,
à preparação teológica, há que unir uma profunda espiritualidade alimentada pelo contacto
orante com Cristo”: sublinhou Bento XVI, ao receber nesta segunda-feira, os oitenta
padres confessores (penitenciários) das quatro basílicas pontifícias de Roma (São
Pedro, São João de Latrão, São Paulo fora de Muros e Santa Maria Maior).
“O
ministério da penitência, que tanta importância tem na vida do cristão – observou
o Papa – torna actual a eficácia redentora do Mistério pascal de Cristo. Na absolvição,
pronunciada em nome e por conta da Igreja, o confessor torna-se o intermediário consciente
de um maravilhoso acontecimento de graça. Agindo com dócil adesão ao Magistério
da Igreja ele (o confessor) faz-se ministro da consoladora misericórdia de Deus,
evidencia a realidade do pecado e manifesta ao mesmo tempo a desmedida potência renovadora
do amor divino, amor que restitui a vida. A confissão torna-se assim um renascimento
espiritual, que transforma o penitente numa nova criatura. Este milagre de graça,
só Deus o pode operar, e realiza-o através das palavras e gestos do sacerdote. Experimentando
a ternura e o perdão do Senhor, o penitente é mais facilmente levado a reconhecer
a gravidade do pecado, mais decidido a evitá-lo para permanecer e crescer na relançada
amizade com Ele”.
Bento XVI recordou aos penitenciários das basílicas pontifícias
que, “perante a alta responsabilidade” a que estão chamados no exercício do ministério
da penitência, se faz a experiência de que “as forças humanas são sem dúvida alguma
inadequadas, mas a humilde e fiel adesão aos desígnios salvadores de Cristo – sublinhou
– torna-nos testemunhas da redenção universal por Ele realizada”. “Para realizar esta
tarefa, temos antes de mais que radicar em nós próprios esta mensagem de salvação
e deixar que nos transforme profundamente. Não podemos pregar o perdão e a reconciliação
aos outros, se não nos sentimos pessoalmente” perdoados e reconciliados.
A
concluir, o Papa chamou a atenção para “a prioridade” a conceder a “este específico
serviço eclesial”. Também nesta nossa época, assinalada por tantos desafios religiosos
e sociais, há que redescobrir e propor de novo este Sacramento, seguindo o exemplo
dos santos, em especial daqueles sacerdotes que se dedicaram quase exclusivamente
ao ministério do confessionário, como o Cura d’Ars e o Padre Pio de Pietralcina.