2007-02-19 15:29:46

APELO DO PAPA EM FAVOR DA DEFESA DA CIÊNCIA MÉDICA, DAS MANIPULAÇÕES E DA DISTORÇÃO


Cidade do Vaticano, 16 fev (RV) - A relação entre médico e paciente é uma área que deve ser profundamente explorada, para impedir que a profissão médica se limite ao tratamento do sofrimento físico, ignorando a totalidade da pessoa, e se prestando, desse modo, "a manipulações" e a "distorções" da sua natureza mais verdadeira. O apelo de Bento XVI está contido na mensagem, assinada pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, enviada aos participantes do congresso internacional intitulado "Comunicação e relacionamento na Medicina, novas perspectivas para o agir médico".

O congresso se realiza hoje e amanhã, na Universidade Católica de Roma, e é promovido pela associação "Medicina Diálogo Comunhão", em colaboração com a mesma universidade.

Encontrar uma autêntica relação com o doente, para não trair a própria vocação de médico: é o que pede Bento XVI aos médicos que participam do congresso promovido pela associação "Medicina Diálogo Comunhão", que se inspira no carisma do movimento dos Focolares.

Numa Medicina como a contemporânea, "sempre mais sujeita a manipulações, a tentativas de distorções de sua natureza específica, que é a de um saber a serviço do homem doente, este _ escreve o papa na referida mensagem _ deve poder contar com uma "dimensão relacional" que envolva todos os atores de uma estrutura médica: da equipe que acompanha o paciente ao contexto familiar do próprio doente. Esse assunto demonstra, observa o pontífice, a "centralidade" que a comunicação ocupa na profissão médica.

Todavia _ argumenta mais adiante Bento XVI _ seria "um erro identificar na capacidade relacional e comunicativa a totalidade da pessoa humana", porque _ afirma, citando a encíclica "Evangelium vitae" _ "é claro que, com tais pressupostos, não existe espaço no mundo. para aqueles que _ como o nascituro ou o moribundo _ são sujeitos estruturalmente frágeis" e, aparentemente, "totalmente submetidos à mercê de outras pessoas e totalmente dependente delas", em condições de comunicar "somente mediante a muda linguagem de uma simbiose de afetos".

As "novas perspectivas" às quais se refere o título do congresso _ ressalta Bento XVI _ devem ser lidas, portanto, "na ótica de uma capacidade comunicativa que situa o ser homem acima daqueles valores fictícios que são sempre mais impostos pela sociedade moderna, como eficiência, produtividade e autonomia".

A esperança que acompanha essa iniciativa _ conclui o papa _ é a de "descobrir uma sempre maior autenticidade das relações no mundo da Medicina". (RL)







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