Madri, 13 fev (RV) – José de Segovia, teólogo e autor do livro "Ocultismo,
parapsicologia e fraude", é professor de Apologética, no Instituto Bíblico e Seminário
Teológico da Espanha (IBSTE), alem de lecionar Dinâmicas Sectárias, na Faculdade de
Sociologia.
O prof. Segovia diz que as seitas não agem hoje como nos anos 80.
"Hoje elas funcionam como ONGs, escolas…". Ele disse que é preciso estabelecer uma
distinção entre "seita e atitude sectária". Trata-se de um duplo fenômeno, diz ele.
Há seitas que se enquadram na definição clássica, mas há movimentos que têm atitudes
sectárias. "O que se deve ver, é quando uma dinâmica sectária se transforma em seita
e, portanto, se torna prejudicial" _ alertou.
O professor esclarece que, havendo
dúvidas sobre uma entidade _ se ela é seita ou não _ deve-se perguntar: Que governo
tem o grupo? Os que estão à cabeça são supervisionados ou controlados? Que ensinamentos
possuem? De que forma utiliza seus fundos econômicos? Como se relaciona com outras
Igrejas? Como os adeptos podem deixar o grupos, se facilmente ou não.
Uma seita
não nasce da noite para o dia, diz o prof. Segovia. "A autoridade de um indivíduo,
fora de todo controle, o crescente isolamento, e a falta de honradez se convertem
num hábito… até que se perde o rumo doutrinário."
As seitas são "contas a pagar"
da Igreja, diz Segovia. O que significa que "nos vazios da Igreja é que surgem as
seitas"! A Igreja perde sua perspectiva comunitária e familiar, falta-lhe a perspectiva
escatológica, falta a fé no elemento milagroso, no sobrenatural… todos estes vazios
permitem o surgimento de grupos que dão ênfase excessiva a esses pontos e desequilíbrios".
O
prof. Segovia esclarece, em primeiro lugar, que uma Igreja cristã autêntica se distingue
por manter a Palavra de Cristo. O fundamento deve ser o ensinamento apostólica. Em
segundo lugar, deve-se ver qual é sua prática da verdade. "Quando existe uma separação
entre a teoria e a prática dessa verdade é mau sinal. Deve haver transparência."
Em
terceiro lugar, uma Igreja cristã autêntica vive com o necessário, sem ambição e livre
do poder econômico. Há uma dependência e confiança total em Deus. A verdadeira Igreja
deve mostrar uma confiança total em Deus. (MZ)