2007-02-14 13:20:22

O papel decisivo das mulheres na difusão do Evangelho no centro da catequese do Papa durante a audiência geral. "A Igreja agradece todas as manifestações do "génio" feminino"


(14/2/2007) "A história do Cristianismo teria tido um desenvolvimento bem diferente, se não fosse o generoso contributo de muitas mulheres", salientou Bento XVI durante a audiência geral desta quarta feira agradecendo ao Senhor porque conduz a sua Igreja, de geração em geração, servindo-se indistintamente de homens e de mulheres que – disse – sabem fazer frutificar a sua vocação para o bem do inteiro corpo eclesial..
Bento XVI quis ler diante dos fiéis e tornar suas as palavras de João Paulo II contidas na Carta Apostólica “Mulieris dignitatem”:
“A Igreja, portanto, rende graças por todas e cada uma das mulheres
A Igreja agradece todas as manifestações do « génio » feminino surgidas no curso da história, no meio de todos os povos e Nações; agradece todos os carismas que o Espírito Santo concede às mulheres na história do Povo de Deus, todas as vitórias que deve à fé, à esperança e caridade das mesmas: agradece todos os frutos de santidade feminina.
Este elogio - comentou Bento XVI – diz respeito á inteira historia da Igreja e é expresso em nome da inteira comunidade eclesial e também nos unimos a este apreço. Na sua catequese durante a audiência geral o Papa examinou o papel da presença feminina no cristianismo nascente, tanto no período da vida de Jesus como na primeira geração cristã.
O Papa lembrou que Jesus escolheu "12 homens, como pais do novo Israel", mas para além destas "colunas da Igrejas", foram também escolhidas, entre os discípulos, "muitas mulheres".
Desde a profetisa Ana até à Samaritana, passando por várias figuras sem nome, como a hemorroísa ou a mulher siro-fenícia, muitas foram as mulheres citadas pelo Evangelho.
Bento XVI destacou, entre elas, as que tiveram um papel "activo" na vida de Jesus, a começar por Maria, sua mãe. Com funções de "responsabilidade" seguiram Jesus mulheres como Maria Madalena, Susana, Joana, que o serviam com os seus bens.
"As mulheres, ao contrário dos 12, não abandonaram Jesus na hora da Paixão", disse o Papa, destacando que Maria Madalena foi, não só testemunha da Paixão, mas "a primeira testemunha da ressurreição".
Citando Tomás de Aquino, Bento XVI falou de Maria de Magdala como "Apóstola dos Apóstolos".
Estas figuras aparecem de forma clara nos Evangelhos: a leitura de Lc 8, 2-3 revela, por exemplo, que aos 12 Apóstolos se tinham juntado “algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens”.
Quanto à presença feminina no âmbito da Igreja primitiva, esta foi "tudo menos secundária", frisou o Papa que fez uma referencia também á famosa exortação de São Paulo sobre o facto de que as mulheres não podem falar nas assembleias, acrescentando que deveria ser relativizada estando em contraste com uma outra passagem de São Paulo; mas preferiu sugerir: deixemos esta questão aos exegetas.

Recordamos que na audiência geral da semana passada, Bento XVI dedicara, a sua catequese à figura de Priscila, "colaboradora" de São Paulo.

Bento XVI compôs pessoalmente uma oração para o grande encontro com os jovens italianos que se efectuará em Loreto no inicio de Setembro próximo. Trata-se de uma invocação a Maria para que ajude os jovens a realizar opções de autentica liberdade.
No texto, lido na manhã desta quarta feira na Basílica de São Pedro na presença de cerca de 12 mil fieis, bispos e autoridades civis da região italiana Marche em cujo território se encontra Loreto, Bento XVI dirige-se a Maria mãe do Senhor para lhe pedir: “ tu que ouviste Jesus e conheces o timbre da sua voz e o bater do seu coração, fala-nos dele

Na audiência geral desta quarta feira participou, um grupo de 13 meninos e meninas entre os 3 e os 15 anos, dos quais se destacam seis menores iraquianos atingidas pela guerra que afecta o país.
O grupo de crianças representava todos aqueles que são ajudados pela ONG espanhola "Mensajeros de la Paz", em vários países do mundo. A organização ajuda vítimas da guerra, da exploração infantil, a doença ou o abandono. O Papa dirigiu-lhes uma saudação falando em espanhol.
As crianças iraquianas foram tratadas em hospitais espanhóis nos últimos dois anos, ao abrigo de um projecto de cooperação sanitário que já permitiu que fossem assistidas mais de 200 crianças que não poderiam ser tratadas no Iraque.
Outras quatro crianças chegaram do Benin, na África Ocidental, resgatadas das mãos de redes esclavagistas.








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