2007-02-14 17:32:17

NA LOUCURA DA CRUZ, O MAIOR EXEMPLO DA CARIDADE E DO AMOR DE DEUS PARA COM O HOMEM: MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA


Cidade do Vaticano, 13 fev (RV) – Jesus, que morre na cruz, é a revelação mais desconcertante do amor de Deus: mostra, ao mesmo tempo, a força da caridade (ágape) de Deus _ isto é, do dom de seu amor ao homem _ e a força do eros divino, ou seja, do desejo que Deus tem de que o homem acolha o seu amor.

Esse ensinamento de Bento XVI constitui a essência de sua mensagem para a Quaresma, que terá início no próximo dia 21. Um tempo que o papa pede que seja vivido como "tempo eucarístico", ou seja, em defesa de tudo aquilo que ofende a dignidade humana.

A Quaresma-2007 olha para o drama do Calvário, para o mistério do amor que se consumou no Gólgota, revelação da ágape e do eros de Deus, duas das faces com as quais Deus ama a humanidade.

A Quaresma _ recorda o papa, concluindo sua mensagem _ é e deve ser "uma renovada experiência do amor de Deus, que nos foi doado em Cristo". Mas qual é a qualidade desse amor? O que se pode receber daquela agonia e daquele sacrifício sobre os quais há dois mil anos, gerações de cristãos são chamados a refletir em vista da Páscoa?

Bento XVI penetra nesse mistério de "sangue e água", com a força das intuições que dão suporte ao magistério de sua encíclica Deus caritas est. E o faz partindo dos termos que representam, juntos, a diversidade e a completude do amor: ágape e eros.

"O termo ágape _ explica o Papa _ indica o amor oblativo de quem busca exclusivamente o bem do outro", enquanto a palavra eros "denota, ao invés, o amor de quem deseja possuir aquilo que lhe falta e aspira a união com o amado."

O amor do qual Deus nos circunda "é sem dúvida ágape" _ observa Bento XVI _ porque, de fato, "tudo aquilo que a criatura humana é e tem, é dom divino: portanto, é a criatura que tem necessidade de Deus em tudo".

Mas o amor de Deus _ afirma o Pontífice _ "é também eros". E onde esse aspecto particular se manifesta é justamente "na Cruz". Nela _ escreve _ "se revela plenamente, a potência irresistível da misericórdia do Pai celeste": a morte "que para o primeiro Adão era sinal extremo de solidão e de impotência", em Jesus, novo Adão, se transformou no "ato supremo de amor e de liberdade".

Portanto _ pergunta-se o Papa _ "qual eros "mais louco" do que aquele que levou o Filho de Deus a unir-se a nós, a ponto de sofrer como suas, as conseqüências dos nossos delitos?" Bento XVI vai mais além: "Poder-se-ia até mesmo dizer _ observa o pontífice _ que a revelação do eros de Deus pelo homem é, na realidade, a expressão suprema da sua ágape. Na realidade, somente o amor no qual se unem o dom gratuito de si e o desejo apaixonado de reciprocidade infunde um entusiasmo que torna leve os maiores sacrifícios."

Nesse sentido, a resposta que "o Senhor ardentemente deseja de nós _ ressalta o papa _ é, sobretudo, que nós acolhamos o seu amor, e nos deixemos atrair por Ele". E, imediatamente depois, que nos comprometamos a comunicá-lo aos outros.

Voltar "o olhar Àquele que traspassaram" _ como recita o tema da mensagem de Bento XVI _ quer dizer, para um cristão, "abrir o coração aos outros, reconhecendo as feridas provocadas à dignidade do ser humano" e combater _ conclui o Papa _ toda forma de desprezo pela vida e de exploração da pessoa, além de aliviar os dramas da solidão e do abandono de tantas pessoas".

A mensagem de Bento XVI para a próxima Quaresma foi apresentada esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, pelo presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum", Arcebispo Paul Josef Cordes, entre outros. (RL)







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