IR. DOROTHY STANG: DOIS ANOS DEPOIS DE SEU BRUTAL ASSASSINATO
Belém, 10 fev (RV) - No dia 12 de fevereiro de 2005, Ir. Dorothy Stang, missionária
norte-americana naturalizada brasileira, da congregação das Irmãs de Notre Dame de
Namur, foi covardemente assassinada, com seis tiros, no município de Anapu, no estado
do Pará. Ir. Dorothy era tida como uma das lideranças na defesa das causas ambientais,
agrárias e de direitos humanos na região.
O cruel assassinato de Ir. Dorothy
foi mais um capítulo das histórias de violência, assassinatos, grilagem de terras,
trabalho escravo e destruição que assolam a Amazônia.
Dois anos depois, os
mandantes de seu assassinato continuam soltos. A comoção mundial e a mobilização popular
em torno do caso foram fundamentais. Mas mesmo assim, ainda são registrados muitos
crimes praticados por madeireiros e fazendeiros que têm seus interesses econômicos
ameaçados. Diante dessa situação, entidades e movimentos sociais instituíram o
dia 12 de fevereiro como Dia de Luta em Defesa da Amazônia e Contra a Impunidade.
Este
ano, as atividades têm início hoje, com uma mesa redonda intitulada "Construção de
alternativas populares para a Amazônia", na Igreja Luterana, em Belém, capital do
estado do Pará. Neste domingo, dia 11, será celebrada uma missa em memória de Ir.
Dorothy, na paróquia Santa Maria Goretti, em Guamá, no Pará.
No dia 12, segunda-feira,
uma celebração ecumênica está programada para se realizar na Praça Felipe Patroni,
em frente ao Tribunal de Justiça, em Belém. Durante o ato, os participantes receberão
doações voluntárias, em brinquedos, roupas e materiais didáticos, que serão destinados
ao acampamento Carlos Prestes, do Movimento dos Sem-terra (MST), em Irituia, no estado
do Pará.
Na tarde do dia 12, a governadora Ana Júlia Carepa receberá uma comissão
dos movimentos sociais. A comissão apresentará documentos sobre a situação no campo
após a morte de Ir. Dorothy. O bispo da prelazia do Alto Xingu, Dom Erwin Krautler,
que sofre ameaças de morte, participará da audiência. (LB)