REPRESENTANTE VATICANO EXORTA FIÉIS DAS DIVERSAS RELIGIÕES A UM COMPROMISSO EM FAVOR
DA PAZ FUNDADA NO RESPEITO E NA JUSTIÇA
Genebra, 06 fev (RV) - Os fiéis das diversas religiões devem reafirmar que
a "paz é um dom" e um "objetivo a ser alcançado", ressaltou o observador permanente
da Santa Sé junto às agências da ONU em Genebra, Suíça, Arcebispo Silvano Maria Tomasi.
O
representante vaticano fez tal exortação no encontro inter-religioso sobre a mensagem
de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz-2007, realizado nestes dias, em Genebra, com
a presença de representantes das comunidades cristã, judaica, muçulmana e budista.
"É
preciso não render-se à cultura do conflito, aceitar o confronto como inevitável e
a guerra como uma condição natural" _ foi a exortação de Dom Tomasi. "Essa confiança
_ ressaltou _ nos vem de uma visão de paz profundamente radicada e partilhada por
todos os credos tradicionais." Vem-nos da convicção _ prosseguiu _ de que Deus, nosso
Criador, "doou a toda pessoa uma inalienável dignidade" da qual deriva "uma igualdade
de direitos e deveres" e uma "solidariedade indestrutível entre todos os homens e
mulheres".
Refletindo sobre o tema da mensagem pontifícia para o Dia Mundial
da Paz-2007 _ "A pessoa humana, coração da paz" _ Dom Tomasi ressaltou que todos estamos
comprometidos com a convivência pacífica da família humana. Todavia _ argumento _
"não devemos ser ingênuos". De fato, o fenômeno da violência "tornou-se sempre mais
complexo no século XXI e apresenta desafios sem precedentes à comunidade internacional".
O
compromisso em favor da paz _ acrescentou _ deve impelir-nos a "superar o fosso entre
ricos e pobres, a pôr fim às guerras civis e ao terrorismo, e a todos os conflitos
armados".
Dom Tomasi denunciou a "glorificação da violência nos meios de comunicação",
pedindo um esforço para conter "a nova corrida aos armamentos e à proliferação de
uma variedade de armas".
O prelado recordou que existem milhões de pessoas
que sofrem por causa das guerras, evidenciando que "os civis são tomados como alvo,
no mais total desprezo pelas leis humanitárias". Essas vítimas _ advertiu _ "pedem
paz e respeito por sua dignidade humana".
A busca da paz _ disse ainda Dom
Silvano Tomasi _ nasce do coração de todo indivíduo, antes de chegar aos Estados e
à comunidade internacional. Nesse contexto, ressaltou a importância do "respeito pela
pessoa, pelo direito à vida e pela liberdade religiosa", bem como a importância do
"livre exercício dos direitos humanos fundamentais e da eliminação das injustas desigualdades".
Um
diálogo efetivo para construir a paz _ observou o prelado _ "deve apoiar-se nos dois
pilares do respeito e da justiça". Uma justiça que nasce "de um relacionar-se diário
que confirme a sinceridade das palavras e dos acordos". Através de um "envolvimento
pessoal" é, então, possível ir além de "uma mera tolerância". Portanto, respeito e
justiça são o binômio indicado pelo Arcebispo Tomasi para se construir uma paz sólida.
O
trajeto que vai "da tolerância ao respeito e à justiça alcança sua perfeição, quando
descobre que a mais alta vocação da pessoa humana é o amor" _ concluiu o observador
permanente da Santa Sé, na ONU, em Genebra. (RL)