JUIZ ORDENA QUE IGREJA LIBERE ARQUIVOS DE PEDOFILIA NOS EUA
Los Angeles, 07 fev (RV) - Um juiz ordenou à Igreja Católica Romana, nesta
terça-feira, que divulgue milhares de páginas de arquivos confidenciais e gravações
relacionadas a um padre declarado culpado pelas acusações de molestar crianças antes
de ser transferido para a Califórnia.
Os arquivos provam que "padres com inclinações
sexuais conhecidas foram transferidos de um lugar para outro, sem considerar o perigo
potencial às crianças na Igreja", escreveu o juiz. A ação poderia gerar acesso a papéis
secretos em casos similares.
Peter D. Lichman, juiz da Suprema Corte de Los
Angeles, ordenou que a Arquidiocese de Milwaukee tornasse públicas centenas de páginas
dos arquivos secretos disciplinares do Pe. Siegfried Widera.
Pe. Widera foi
considerado culpado de perversão sexual em Wisconsin, em 1973, depois transferido
pela Arquidiocese, para a Califórnia, em 1981. Ele enfrentava 42 acusações de molestar
crianças nos dois estados, quando morreu, em 2003.
A ordem judicial exige acesso
aos arquivos de outros padres, que podem mostrar que a Igreja sabia dos casos de abusos,
mas não respondeu à altura.
A Arquidiocese de Milwaukee argumentou que os papéis
estão protegidos pela Primeira Emenda e pelos direitos confidenciais de negócios.
Advogados da Igreja usaram argumentos semelhantes, para manter em sigilo arquivos
de padres em centenas de casos.
No ano passado, a Arquidiocese de Milwaukee
concordou em pagar a oito vítimas de Pe. Siegfried Widera US$ 13.3 milhões, além dos
quase US$ 15 milhões que eles haviam recebido em 2004, da Diocese de Orange, na Califórnia.
(MZ)