2007-02-06 19:14:24

PERU: IMPRENSA DENUNCIA EXPLORAÇÃO INFANTIL NO VALE DA COCA


Lima, 06 fev (RV) - O vale dos rios Ene e Apurímac, no sudeste do trapézio andino peruano, é palco de uma exploração sistemática de centenas de crianças, que trabalham na semeadura, cultivo e colheita de folhas de coca usadas pelo narcotráfico, para a produção de cocaína, segundo um relatório da imprensa.

O jornal "El Comercio" escreveu que muitas crianças andinas, de 10 a 15 anos, semeiam plantas de coca, numa área de 12 mil quilômetros quadrados, em uma região onde o narcotráfico tem suas maiores provisões e produção de cocaína de alta pureza.

O documento intitulado "Pequenos reféns da coca" afirma que a maioria das crianças exploradas provêm de famílias muito pobres e que, por esse motivo, seus pais aceitam que trabalhem nas zonas de produção de coca.

Os "filhos reféns" da coca trabalham mais de oito horas e recebem menos de um dólar por dia, para desfolhar as plantas de coca, levá-las para os pontos de armazenagem e até o meio de transporte.

"O trabalho das crianças nas plantações de coca é uma das piores formas de exploração infantil" _ denunciou o jornal, num relatório dirigido à Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O relatório destaca que "o auge do narcotráfico no vale levou as famílias não só a se dedicarem ao cultivo da planta da coca, como também a seu processamento para transformá-la em droga. Isso aumentou a demanda de mão-de-obra, principalmente de crianças, grupo este que representa 50% da população no vale dos rios Apurímac e Ene".

Muitas crianças fugiram de seus lares e agora fazem parte desse "exército" de recrutados ou reféns das organizações do narcotráfico, que operam no Vale dos Rios e em outras 14 bacias produtoras de coca do Peru, onde se produzem mais de 200 toneladas anuais de cocaína. (LB)







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