2007-02-02 18:44:36

SUSPENSO BISPO PARAGUAIO CANDIDATO À PRESIDÊNCIA


Cidade do Vaticano, 1º fev (RV) – A Santa Sé suspendeu "a divinis", o bispo emérito de San Pedro, Paraguai, Dom Fernando Armindo Lugo Méndez, que renunciou publicamente, no final do ano passado, à sua condição clerical, para poder ser candidato à presidência do país, nas eleições de 2008.

Numa carta dirigida ao bispo, divulgada ontem, pela Nunciatura em Assunção, é anunciada a sanção. A Santa Sé não aceita seu pedido de renúncia ao estado clerical e, ao mesmo tempo, o suspende "a divinis", isto é, do seu direito de exercer o ministério sagrado.

Além do decreto assinado pelo prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Giovanni Battista Re, a Nunciatura divulgou também, uma carta enviada pelo mesmo cardeal, a Dom Lugo Méndez, no início de janeiro, na qual lhe comunicava que Bento XVI rejeitara seu pedido de renúncia ao estado clerical.

Numa entrevista à agência espanhola de notícias _ EFE _ Dom Lugo, cuja Diocese, San Pedro, é uma das áreas rurais mais pobres do país, disse que já esperava a sanção da Santa Sé. Ele revelou que seu pedido de retorno à condição laica foi feito porque a Constituição paraguaia proíbe que religiosos, de qualquer confissão, possam exercer a presidência ou vice-presidência do país.

"Dei o passo necessário para que a Constituição me habilitasse a ser candidato. Creio que a opinião da Santa Sé _ permissão, recusa ou suspensão _ não influirá em minha habilitação" _ disse Dom Lugo Méndez, poucas horas antes de saber da suspensão.

Em sua carta, o Cardeal Battista Re destaca que "o episcopado é um serviço aceito livremente e para sempre". A única exceção prevista no Código de Direito Canônico, cânone 90, requer a existência de uma "causa justa e razoável", fato que não subsiste no caso do bispo paraguaio, segundo o Cardeal Battista Re.

No último Natal, Dom Lugo Méndez, de 55 anos, dirigiu uma mensagem à nação paraguaia, anunciando sua decisão de abandonar seu estado clerical para liderar um amplo movimento popular e derrotar, em 2008, o Partido Colorado, que governa o país há 60 anos.

Apesar das críticas provenientes de vários setores do país, sua popularidade é inegável. Exemplo disso foi uma concentração promovida por ele, na capital, Assunção, cerca de um ano atrás, na qual 30 mil pessoas se reuniram para pedir o julgamento do atual presidente, Nicanor Duarte, acusado pelo povo de querer violar a Constituição, querendo se candidatar mais uma vez, à presidência. (CM)







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