2007-02-01 19:01:08

AUDIÊNCIA GERAL: SANTOS SÃO HOMENS COMO NÓS, E SUA SANTIDADE É FRUTO DA CAPACIDADE DE RECOMEÇAR APÓS O PECADO


Cidade do Vaticano, 31 jan (RV) - Do papa ao fiel mais humilde, todo cristão é um simples servidor do Evangelho e da Igreja. E todos são chamados à santidade, porque também entre os santos havia contrastes, e porque se chega à santidade não através de uma vida sem pecado, mas através da capacidade de converter-se, a partir do pecado.

Foram os dois ensinamentos _ recebidos com longos aplausos _ que caracterizaram a Audiência Geral de Bento XVI, realizada esta manhã, na Sala Paulo VI, com a presença de oito mil fiéis e peregrinos. A catequese foi dedicada à figura de três companheiros de missão de São Paulo: Barnabé, Silas e Apolo.

Três apóstolos, modelos de "desapego e generosidade", ligados pelo fato de terem sido, em tempos e modos diferentes, colaboradores de São Paulo e, portanto, exemplos de unidade, numa Igreja que não faz distinção de dedicação, no serviço ao Evangelho e a seus ministros. E quando os limites humanos geram problemas de compreensão também nos apóstolos mais iluminados, isso se torna "consolador" porque mostra os santos como homens que alcançaram uma meta e não como uma elite de predestinados.

Entrelaçando a sabedoria do biblista com a humanidade mais verdadeira dos personagens no centro de sua catequese, Bento XVI evidenciou o perfil de Barnabé, Silas e Apolo, companheiros de São Paulo em suas primeiras missões, mas também homens não imunes a problemas de relação, por vezes áspera, entre si ou em relação às comunidades que os recebiam.

O caso mais conhecido, recordado pelo Pontífice, é o de Barnabé, o primeiro a dissipar as dúvidas sobre a conversão de São Paulo na desconfiada comunidade de Jerusalém, o primeiro a partilhar com Paulo, uma primeira viagem apostólica, mas também o primeiro a confrontar-se com ele, sobre a presença de João Marcos na segunda viagem.

"Portanto, também entre santos existem contrastes, discórdias e controvérsias, e isso me parece muito consolador, porque vemos que os santos não caíram do céu, mas eram homens como nós, com problemas e também com pecados. A santidade consiste não em jamais ter errado ou pecado, a santidade cresce na capacidade de conversão, de arrependimento, de disponibilidade a recomeçar e, sobretudo, na capacidade de reconciliação e de perdão. Isso nos faz santos e todos podemos aprender esse caminho de santidade."

Se Barnabé, com sua disponibilidade para com Paulo de Tarso, foi aquele que _ observou Bento XVI _ "restituiu Paulo à Igreja", Silas (ou Silvano) foi aquele que se juntou a Paulo, após a separação de Barnabé, nas viagens à Macedônia, entre Filipos e Tessalonica. Silas é considerado _ explicou o Papa _ um "co-propagador", junto com Paulo e Timóteo, das Cartas aos Tessalonicenses. Trata-se de um dado que não é absolutamente marginal.

O terceiro companheiro de Paulo é Apolo, judeu originário de Alexandria do Egito. Quando, após a conversão, chega a Corinto para pregar o Evangelho, a sua habilidade no anúncio suscita tal apreço, que os cristãos de Corinto acabam por opô-lo a outros membros da Igreja. Portanto, novo contraste que provoca a reação de Paulo: "Tanto eu quanto Apolo _ escreve _ não somos nada mais que "diakonoi", isto é, simples ministros, mediante os quais vocês vieram à fé", cada um com uma "tarefa diferenciada". Também daí, ressaltou Bento XVI, deriva um ensinamento não superado.

"Essa palavra vale também hoje. Todos _ o Papa, os cardeais, os bispos, os sacerdotes e os leigos _ somos todos ministros de Jesus. Servimos, o quanto possível, o Evangelho segundo os nossos dons e rezamos a Deus, a fim de que faça crescer hoje, seu Evangelho e sua Igreja." (RL)







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