PAPA DEDICA CATEQUESE DA AUDIÊNCIA GERAL AO CAMINHO ECUMÊNICO DA IGREJA NOS ÚLTIMOS
TEMPOS
Cidade do Vaticano, 24 jan (RV) - O ecumenismo é uma "lenta e difícil estrada",
ao longo da qual não faltam, todavia, momentos de alegria. Uma estrada na qual se
respira "o ar puríssimo da plena comunhão".
Bento XVI voltou a falar esta manhã,
na Audiência Geral realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano, da Semana de oração pela
unidade dos cristãos, que se conclui amanhã, quinta-feira.
O Santo Padre recordou
os eventos ecumênicos mais importantes de 2006, que culminaram com o abraço da paz,
na Turquia, com o patriarca ecumênico, Bartolomeu I.
A oração comum é a chave
para iluminar as sombras que ainda escurecem o caminho rumo à unidade. Bento XVI insistiu
nesse conceito, afrontando com grande ênfase, o tema da comunhão entre as diversas
expressões da cristandade. Um caminho árduo, para o qual toda a Igreja é chamada,
como afirma o Concílio Vaticano II: do vértice à base.
"O ecumenismo é, certamente,
um processo lento e, por vezes, também desencorajador, quando se cede à tentação de
ouvir e não de escutar, de falar com meias palavras, ao invés de proclamar com coragem."
Não é fácil abandonar uma "cômoda surdez", como se o Evangelho intacto não tivesse
a capacidade de reflorescer, reafirmando-se como providencial fermento de conversão
e de renovação espiritual para cada um de nós.
"Tudo se pode obter rezando",
porque esse é "o primeiro dever comum de todo cristão". E os 40 anos de ecumenismo
pós-conciliar são uma demonstração eloqüente disso, considerando os frutos nascidos
durante esse percurso.
"Vendo o maravilhoso florescimento do compromisso pela
recomposição da unidade dos cristãos, percorrendo o caminho dos últimos 40 anos, surpreende
que o Senhor nos tenha despertado do torpor da auto-suficiência, da indiferença, que
nos torna sempre mais capazes de ouvir e não somente de escutar."
"Oração e
diálogo, "esforço", mas também "purificação da memória": são as características do
compromisso que o caminho ecumênico requer. Nessa estrada "lenta e difícil" não é,
porém, impossível encontrar oásis de "alegria" e respirar, reconheceu o papa, "o ar
puríssimo da plena comunhão".
São testemunha disso, os numerosos e importantes
eventos ecumênicos que caracterizaram, do início ao fim, o ano de 2006. Bento XVI
evocou alguns momentos desse percurso. Entre outros, destacou a positiva conclusão
de mais de 30 anos de contato com as Igrejas reformadas; o "significativo momento
de oração" com o primaz da comunhão Anglicana, o arcebispo de Cantuária, Dr. Rowan
Williams.
Destacou também, o relançamento das relações com a Igreja ortodoxa
russa, em julho de 2006, quando se realizou em Moscou, um encontro de cúpula dos líderes
religiosos.
O pontífice definiu como "extraordinária", sua viagem à Turquia,
marcada _ em chave ecumênica _ pelo encontro com o patriarca ecumênico, Bartolomeu
I. (RL)