BENTO XVI: INDÚSTRIA DA MÍDIA DEVE RESPEITAR A DIGNIDADE DO HOMEM E AS NECESSIDADES
DA FAMÍLIA
Cidade do Vaticano, 24 jan (RV) - "A adequada formação para o correto uso dos
meios de comunicação é essencial para o desenvolvimento cultural, moral e espiritual
das crianças": é o que ressalta Bento XVI, em sua mensagem para o 41º Dia Mundial
das Comunicações Sociais, publicada hoje, e que tem como tema: "As crianças e os meios
de comunicação, um desafio para a educação".
Na festa de São Francisco de Sales,
patrono dos jornalistas, o papa convida com veemência, os agentes da comunicação a
se comprometerem a promover a dignidade do ser humano, no respeito pela ética, e a
não abaixar o padrão, impulsionados pela competitividade comercial.
É "perversão"
"toda tendência a produzir programas _ inclusive desenhos animados e videogames _
que, em nome do divertimento, exaltam a violência e refletem comportamentos anti-sociais
ou vulgarizam a sexualidade humana".
O Santo Padre ressalta que é ainda mais
grave "quando esses programas são dirigidos a crianças e adolescentes". "Como explicar
esse divertimento _ pergunta o papa _ aos inúmeros jovens inocentes que são, na realidade,
vítimas da violência, da exploração e do abuso"?
A seguir, o pontífice exorta
os responsáveis pela indústria dos meios de comunicação "a fim de que formem e encorajem
os produtores a salvaguardar o bem comum e a defender a verdade", além de "protegerem
a dignidade humana" e respeitarem as necessidades da família.
"Muitas vezes
_ adverte o Santo Padre _ a liberdade é apresentada como uma incansável busca do prazer
ou de novas experiências. Essa é uma condenação, e não uma libertação!" A verdadeira
liberdade _ explica _ "jamais condenaria o indivíduo, sobretudo uma criança _ à insaciável
busca da novidade".
Bento XVI ressalta que, "à luz da verdade, a autêntica
liberdade é experimentada como uma resposta definitiva do "sim" de Deus à humanidade,
chamando-nos a escolher, não indiscriminadamente, mas deliberadamente, tudo aquilo
que é "bom, verdadeiro e belo".
"Colocando as crianças diante daquilo que é
esteticamente e moralmente excelente _ constata _ elas são ajudadas a desenvolver
a própria opinião, a prudência e a capacidade de discernimento."
"Esse desejo
profundamente sentido pelos pais e professores, de educar as crianças no caminho da
beleza, da verdade e da bondade _ prossegue o papa _ pode ser defendido pela indústria
da mídia, somente na medida em que promova a dignidade fundamental do ser humano,
o verdadeiro valor do matrimônio e da vida familiar, as conquistas positivas e as
metas da humanidade."
"Educar as crianças a serem seletivas no uso dos meios
de comunicação _ lê-se ainda na mensagem _ é responsabilidade dos pais, da Igreja
e da escola." O papel dos pais, reconhece o pontífice, "é de primária importância".
De
fato, eles têm "o direito e o dever de garantir um uso prudente dos meios de comunicação,
formando a consciência de suas crianças, a fim de que sejam capazes de expressar julgamentos
válidos e objetivos que as orientarão na escolha ou rejeição dos programas propostos".
(RL)