CHINA REAFIRMA QUE CATÓLICOS DEPENDEM DO RESTABELECIMENTO DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS
COM O VATICANO
Pequim, 21 jan (RV) - A China reiterou que seus laços com o Vaticano dependem
da normalização das relações diplomáticas entre ambos. O reatamento de tais relações,
todavia, tem como premissa que a Santa Sé rompa os laços diplomáticos que mantém com
Taiwan, considerada pela China apenas como uma "província rebelde".
"Se as
relações diplomáticas entre a China e o Vaticano não melhorarem, é impossível que
os católicos chineses estabeleçam canais com a Santa Sé" _ disse Liu Bainian, porta-voz
da Associação Católica Patriótica, que é a Igreja Católica oficialmente reconhecida
pelo governo de Pequim.
Bainian recusou-se, no entanto, a comentar o comunicado
emitido após a reunião realizada nos últimos dois dias, no Vaticano, para analisar
justamente a possibilidade de Vaticano e China reatarem relações diplomáticas.
"Estender
o Evangelho é a principal tarefa dos católicos da China continental. A normalização
dos laços entre a China e o Vaticano beneficiará, sem dúvida a Igreja Católica em
Roma e na China. Esperamos que se torne uma realidade o mais rápido possível" _ sublinhou
Liu Bainian.
No comunicado divulgado ontem ao término da reunião sobre essa
questão, a Santa Sé assegura que continuará buscando a normalização das relações com
Pequim e, ao mesmo tempo, a liberdade religiosa no gigante asiático.
Além disso,
anuncia que Bento XVI escreverá _ em data a ser ainda estabelecida _ uma carta aos
católicos chineses, cujo conteúdo também não foi revelado.
A China exige da
Santa Sé, duas condições para restabelecer as relações bilaterais: o rompimento de
seus laços com Taiwan, como dissemos há pouco _ requisito que a Santa Sé estaria disposta
a cumprir _ e que não interfira nos assuntos internos chineses, entre os quais Pequim
inclui a nomeação de bispos.
Os laços entre a China e o Vaticano foram rompidos
em 1951, quando o governo de Mao Tsé-tung expulsou o núncio apostólico, o arcebispo
Antonio Riberi, e criou a Associação Católica Patriótica, que deve obediência apenas
ao PC chinês. (AF)