Igreja na Itália nega interferência na esfera legislativa
(22/1/2007) As posições da Igreja Católica na Itália sobre temas como a eutanásia,
a procriação medicamente assistida ou a equiparação das uniões homossexuais ao matrimónio
não devem ser vistas como “ingerências” na actividade legislativa do Estado. Esta
é a posição assumida pelo Cardeal Camillo Ruini, presidente da Comissão Episcopal
Italiana (CEI). Na abertura dos trabalhos do Conselho Permanente deste organismo
episcopal, o Cardeal Ruini defendeu que as intervenções da hierarquia pretendem “afirmar
e defender os grandes valores que dão sentido à vida das pessoas e salvaguardam a
sua dignidade”. Segundo o presidente da CEI, vigário do Papa para a Diocese de Roma,
tais valores são “humanos, antes de serem cristãos”. Quanto ao reconhecimento jurídico
das uniões de facto, o Cardeal Ruini voltou a frisar que a família “fundada sobre
o matrimónio monogâmico” deve ser defendida e não equipara a outros tipos de união.
No que diz respeito às uniões homossexuais, o presidente da CEI assinala que há questões
“antropológicas” que são contrárias às reivindicações de equiparação ao matrimónio,
como “a não existência do bem que é a geração dos filhos”.