As religiões unam esforços a favor do respeito do homem e na defesa dos valores que
regem a vida: voto de Bento XVI, recebendo, nesta sexta-feira, o novo Embaixador da
Turquia
(19/1/2007) O Papa começou por evocar a sua recente visita, ocasião em que (declarou)
desejava nomeadamente “reafirmar o enraizamento da Igreja católica na sociedade turca,
graças não só à prestigiosa herança das primeiras comunidades cristãs da Ásia menor…
mas também à existência de comunidades cristãs hoje em dia”. “No decurso da minha
memorável viagem – prosseguiu Bento XVI – manifestei em repetidas ocasiões o respeito
da Igreja Católica pelo Islão, e a estima do Papa e dos fiéis pelos crentes muçulmanos”. “No
mundo actual, em que parecem exacerbar-se as tensões, é convicção da Santa Sé…que
os crentes das diferentes religiões devem esforçar-se por actuar conjuntamente a favor
da paz, começando por denunciar a violência, tantas vezes utilizada no passado a pretexto
de motivações religiosas, aprendendo a conhecer-se melhor e a respeitar-se mais para
edificar uma sociedade cada vez mais fraterna”. As religiões podem também unir
os seus esforços para agir a favor do respeito do homem, criado à imagem do Todo-Poderoso,
e para fazer reconhecer os valores fundamentais que regem a vida das pessoas e das
sociedades.”
“O diálogo, necessário entre as Autoridades religiosas, a todos
os níveis – observou ainda Bento XVI – começa na vida de cada dia, pela estima e pelo
respeito mútuos entre os crentes das diferentes religiões, partilhando a mesma vida
e actuando conjuntamente a favor do bem comum”.
Finalmente, uma referência
directa ao “lugar específico da Turquia”, chamada, pela “sua situação geográfica e
histórica” a ser uma “ponte entre os continentes asiático e europeu”, assim como “encruzilhada
de culturas e religiões”. “Aprecio o empenho do vosso país, no seio da comunidade
internacional, a favor da paz, nomeadamente pela sua acção visando o retomar de negociações
no Médio Oriente, e sua implicação actual no Líbano, para ajudar à reconstrução do
país devastado pela guerra e para permitir um diálogo construtivo entre todas as partes
constitutivas da sociedade libanesa.”
“A Santa Sé – assegurou o Papa - segue
sempre com grande atenção as discussões e esforços empreendidos pelas nações para
regulamentar entre si… as situações conflituais herdadas do passado, assim como as
acções empenhadas para reaproximar os países em associações ou uniões políticas, culturais
e económicas”. “A mundialização dos intercâmbios, já manifesta a nível económico
e financeiro, deve evidentemente acompanhar-se de políticas comuns, a nível planetário,
para garantir um desenvolvimento durável e organizado que não exclui ninguém e que
assegura um futuro equilibrado às pessoas, às famílias e aos povos”.