ARCEBISPO DENUNCIA MEDO COLETIVO SEMEADO PELO GOVERNO VENEZUELANO
Caracas, 17 jan (RV) – O vice-presidente da Conferência Episcopal da Venezuela,
Dom Roberto Luckert, arcebispo de Coro, manifestou sua preocupação com o que definiu
de "medo coletivo da sociedade frente às ações do governo de Hugo Chávez".
Em
declarações à Rádio Unión, Dom Luckert também defendeu o direito dos bispos, de opinarem
sobre aspectos que eles considerem necessários, no que tange às ações do governo.
"A
linha de trabalho deste governo deixa o povo amedrontado; é isso que eles estão fazendo:
através do poder, vão colocando medo no povo venezuelano. As esposas dos presos políticos
que promovem uma lei de anistia, afirmam que ninguém quer assinar a petição, porque
tem medo de perder o emprego. Assim como Fidel se impôs pela crueldade, aqui nos estão
encurralando com o temor e o medo" _ lamentou Dom Luckert.
Nesse sentido, convidou
os dirigentes da oposição a conversar sobre este assunto com o povo. "Parece que estão
querendo encurralar os membros da Igreja, assim como encurralam os meios de comunicação,
os colégios profissionalizantes, os sindicatos e os empresários; a intenção é fazer-nos
calar e nos amedrontar, acreditando que isso nos levaria ao silêncio. Seria o que
de mais vergonhoso poderia acontecer a nosso país, se, por silêncio e covardia, todos
nos calássemos" _ acrescentou.
O arcebispo explicou que a Igreja defende a
liberdade de expressão e os bispos têm a obrigação profética de "denunciar o que vai
acontecer com este país, pois aqui estão querendo fazer uma cópia carbono da linha
do que acontece em Cuba". (MZ)