2007-01-17 19:21:15

ANISTIA INTERNACIONAL ACUSA: GOVERNO ANGOLANO FORÇA MILHARES DE PESSOAS A ABANDONAR SUAS CASAS


Luanda, 16 jan (RV) – A organização de defesa dos direitos humanos "Anistia Internacional" (AI) criticou o governo de Angola, por forçar milhares de pessoas a deixarem suas casas, na capital, Luanda, a fim de liberar áreas de terra destinadas a receber projetos habitacionais.

Algumas das áreas envolvidas nas violentas operações pertencem à Igreja Católica. Desde 2001, pelo menos seis mil famílias angolanas foram despejadas. Num bairro da cidade, as demolições para dar espaço a novas casas destinadas ao setor público e privado já duram dois anos e meio _ alega a AI, em relatório divulgado nesta segunda-feira.

"Há pessoas que foram despejadas e, agora, estão vivendo nas ruínas de suas antigas casas" _ disse a autora do relatório, Muluka Anne Miti. "Elas não têm lugar para viver e não foram compensadas pelos despejos" _ acrescentou ela.

Segundo a AI, parte dos despejos _ muitos dos quais são realizados de forma violenta _ está ocorrendo a pedido da Igreja Católica, que possui terras cujos títulos de propriedade datam de antes da independência do país, em 1975. Mas as áreas têm, desde então, permanecido sob ocupação de famílias pobres. O relatório afirma que a Igreja tem reclamado esses terrenos, desde a visita de João Paulo II ao país, em 1992. Cerca de duas mil pessoas vivem numa área na qual a Igreja pretende construir uma Universidade ou um templo, informa o relatório.

O documento da Anistia Internacional alega que a maioria dos despejos de moradores envolveu uso excessivo da força, por parte das autoridades angolanas. A AI pediu que a Igreja suspendesse suas reivindicações de terras, até que o governo "ponha em prática uma política habitacional que respeite os direitos humanos", e utilizasse sua influência para combater o uso da força nas medidas de despejo. (PL)







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