IGREJA POLONESA NÃO TEME A VERDADE ESCREVEM BISPOS EM UMA CARTA
Varsóvia, 13 jan (RV) - Os bispos poloneses tomaram uma posição sobre a situação
que se veio a criar após a renúncia apresentada pelo arcebispo nomeado para Varsóvia,
Dom Stanislaw Wielgus, depois de ter sido descoberto deu passado de colaborador com
os serviços secretos do velho regime comunista.
Numa carta que será lida no
próximo domingo, durante a missa, em todas as paróquias da Polônia, os bispos afirmam
que a Igreja polonesa não teme a verdade sobre o passado e convida seus membros a
fazerem um exame de consciência, avaliando o próprio comportamento durante o regime
comunista.
"Somos gratos a Bento XVI por sua paternal ajuda, na tentativa de
resolver as difíceis situações surgidas"_ disseram os bispos, expressando gratidão
também ao núncio apostólico, Dom Jozef Kowalczyk, por sua fraternal e competente
ajuda.
O Episcopado polonês exorta o clero e os fiéis da Polônia a participarem
das celebrações da quarta-feira de cinzas, no próximo 21 de fevereiro, ocasião especial
de oração e penitência, para pedir perdão a Deus pelas fraquezas e pelos pecados cometidos
no passado.
Os bispos pedem aos parlamentares, às autoridades, aos jornalistas
e aos meios de comunicação, que respeitem a dignidade humana e que permitam a avaliação,
por parte de pessoas responsáveis, dos documentos produzidos pelos serviços secretos
e agora encontrados nos arquivos do Instituto de Memória Nacional da Polônia.
"Antes
de se fazer uma verificação dos fatos, seria necessário eximir-se de exprimir opiniões
superficiais, muitas vezes danosas às pessoas. Que a nova geração, que não fez experiência
direta daquela época, possa conhecer a dura e complexa realidade daqueles tempos"
_ ressaltam os bispos, fazendo um forte apelo de reconciliação, na Igreja polonesa.
(MJ)