IGREJA CATÓLICA SERÁ MEDIADORA NO CONFLITO EM COCHABAMBA
Cochabamba, 13 jan (RV) - A Igreja Católica na Bolívia aceitou hoje, desempenhar
o papel de intermediária, no conflito no departamento de Cochabamba, centro da Bolívia,
onde governistas e oposicionistas continuam a dar-se batalha, sem ceder em suas posturas.
O cardeal boliviano, Julio Terrazas Sandoval, comunicou sua decisão de atuar como
mediador. Ele pretende reunir o governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, com
os líderes das organizações camponesas que apóiam o governo do presidente Evo Morales.
O
Cardeal Terrazas Sandoval anunciou sua decisão num comunicado, em resposta a uma solicitação
de Reyes Villa e dos outros quatro governadores de departamentos que fazem oposição
a Morales (Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija), divulgado em Santa Cruz de la Sierra.
No documento, o cardeal ressalta "a necessidade de construir consensos, na busca de
uma Bolívia para todos, e da reconciliação nacional".
Os sindicatos reivindicam,
há dias, a renúncia do governador. Eles protestam contra sua intenção de convocar
um novo referendo sobre a autonomia. Há sete meses, a população votou contra a aplicação
do sistema na região. Horas antes, os sindicatos decidiram suspender o bloqueio das
estradas em Cochabamba, iniciado na terça-feira.
Segundo o dirigente sindical
e deputado da bancada governista, Asterio Romero, a suspensão do bloqueio das estradas
foi determinada numa assembléia na qual os grupos sindicais mantiveram a exigência
de que Reyes Villa renuncie.
Em La Paz, o presidente Morales propôs um projeto
de lei para instituir a destituição, por voto popular, das autoridades "que não cumprirem
seus compromissos" e evitar, assim, conflitos como o de Cochabamba. "Se o povo puder,
pelo voto, derrubar um governante, não haverá mais conflitos" _ afirmou Morales, em
entrevista coletiva.
Morales propõe que prefeitos, governadores e até mesmo
o presidente possam ser destituídos de seus cargos, mediante referendo popular. (MZ)