Cidade do Vaticano, 11 jan (RV) – Em seguida à morte do motociclista sul-africano,
Elmer Symons, de 29 anos, acidentado no km 142 do trecho entre as cidades marroquinas
de Er Rachidia e Ouarzazate, o jornal vaticano, "L'Osservatore Romano", classifica
o "Rallye Dacar" (que este ano partiu de Lisboa), conhecido como "Paris-Dacar" como
uma "sangrenta, irresponsável e violenta tentativa de impor o discutível gosto ocidental
ao mundo em desenvolvimento".
Num editorial publicado em sua edição desta quinta-feira,
11 de janeiro, o jornal vaticano, sob o título "Paris-Dacar: uma corrida sangrenta
e irresponsável", comenta as vidas ceifadas ao longo dos 29 anos de existência do
rallye, que partiu pela primeira vez, de Paris, em 1978. O ponto de partida foi a
Torre Eiffel e a primeira corrida teve 170 participantes, que percorreram 10 mil quilômetros.
"Com
uma atitude cínica, que ignora por completo as realidades que atravessam, automóveis,
motos e enormes caminhões se lançam no deserto, a velocidades insensatas. A seguir,
seus destroços ficam abandonados, muitas vezes como monumentos à irresponsabilidade"
_ comenta o artigo.
O "L'Osservatore Romano" considera que o rallye não tem
nada a ver com uma competição saudável, e lembra o rastro de sangue que aumenta _
ano após ano _ na rota da corrida, como preço da tentativa de exportar modelos ocidentais
para ambientes humanos e ecossistemas que, de ocidental, "têm muito pouco".
Com
a morte do sul-africano Elmer Symonds, que sofreu um acidente com sua moto, no dia
9, terça-feira, durante a disputa da quarta etapa, chega a 50 o número de vítimas
do "Rallye Dacar", ao longo de sua história. (CM)