IGREJA GRECO-ORTODOXA DE CHIPRE DENUNCIA ROUBOS DE OBJETOS RELIGIOSOS
Nicósia, 11 jan (RV) - Há mais de 30 anos, no norte da ilha de Chipre, centenas
de igrejas são profanadas. Algumas foram demolidas e outras transformadas em mesquitas,
postos policiais, depósitos e locais noturnos.
Vários mosaicos preciosos, antigos
ícones, decorações em ouro e de prata foram arrancadas das paredes das igrejas, e
vendidas clandestinamente, para colecionadores e museus do mundo.
A Igreja
Greco-ortodoxa de Chipre resolveu, então, denunciar ao mundo, a destruição sistemática
e os roubos dos objetos religiosos, considerados como patrimônio cultural cipriota.
Segundo
uma documentação produzida por especialistas, 550 igrejas foram profanadas, 20 mil
ícones antigos foram vendidos e 50 igrejas foram transformadas em postos policiais.
Outras foram transformadas em hotéis de luxo, teatros, restaurantes, museus, cinemas,
escolas de dança e gabinetes públicos. (MJ)
===============
A boa nova
é que, seis antigos ícones, de inestimável valor, roubados da igreja cipriota antes
e depois da invasão militar turca, no verão de 1974, retornarão, no próximo sábado,
aos cuidados do seu legítimo proprietário, o Bispo Morphou Neofytos.
Os seis
ícones _ um dos quais do século XIII _ estavam para ser leiloados pela fundação norte-americana
"Charles Pankow", na famosa "Sotheby's", em Nova York.
Após terem sido roubados,
os seis ícones foram revendidos, clandestinamente, até acabarem em Londres, nas mãos
do colecionador Charles Pankow. Com a morte deste, seus herdeiros decidiram colocar
em leilão alguns dos tesouros de sua coleção, entre os quais, os seis ícones da Igreja
Greco-ortodoxa cipriota.
O governo norte-americano pediu à "Sotheby's" que
suspendesse o leilão das peças, confirmando a legitimidade da propriedade da Igreja
Greco-ortodoxa de Chipre. Os herdeiros de Charles Pankow restituíram os ícones, sem
pedir dinheiro em troca, exceto a cifra utilizada para as despesas de manutenção das
mesmas. (JK)