SATISFAÇÃO NO VATICANO: PESQUISA CONFIRMA PRESENÇA DE CÉLULAS-TRONCO NO LÍQUIDO AMNIÓTICO
Cidade do Vaticano, 08 jan (RV) - Uma pesquisa ítalo-americana descobriu, pela
primeira vez, no líquido amniótico, a presença de células-tronco,com capacidade regenerativa
igual àquela das células embrionárias. A descoberta é resultado de uma pesquisa desenvolvida,
conjuntamente, pelas Universidades de Harvard, Estados Unidos, e de Pádua, Itália,
e pelo Instituto de Medicina Regenerativa, de Wake Forest, na Carolina do Norte (EUA).
O
presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Cardeal Javier
Lozano Barragán, manifestou grande satisfação pela descoberta, que, se confirmada,
vai representar um passo extraordinário no plano ético.
Falando à Rádio Vaticano,
o Cardeal Barragán considerou que "quando se trata de um transplante de qualquer categoria,
microscópico ou macroscópico, os princípios são claros: não devem causar mal-estar
ou dano insuperável a quem o recebe, e que o transplante possa ser feito sem perigo
e com sucesso. Se, para extrair uma quantidade de líquido amniótico não se coloca
em dificuldades e em perigo o doador e se pode introduzir, tanto "in vitro" como no
próprio organismo de quem recebe, e tudo isso, em termos médicos, não comporta nenhuma
conseqüência negativa, então penso que não existe nenhum problema" _ afirmou, referindo-se
aos novos métodos que a descoberta possibilita.
"Se é respeitado o princípio
que sempre defendemos, de não lesar não julgar ou condenar _ acrescentou o cardeal
_ então penso que não haja problemas éticos. Antes o problema não era com as células-tronco
adultas, mas com aquelas embrionárias, porque causavam a morte de embriões."
"Tudo
aquilo que significa progresso autêntico _ ressaltou o cardeal _ que constrói o homem
em toda a sua complexidade, é bom. E uma boa coisa é aquilo que é conveniente, não
egoisticamente, mas que nos convém para que nós sejamos seres em contínua evolução.
Aquilo que nos ajuda a construir, é bom. Aquilo que destrói, porém, é ruim!"
Sobre
o novo métodos desenvolvido pelos pesquisadores ítalo-americanos, o geneticista Bruno
Dalla Piccola, , explicou à Rádio Vaticano a importância da descoberta: "O estudo
_ disse à Rádio Vaticano o diretor do Instituto Mendel, de Roma, Dr. Bruno Dalla Piccola
_ evidencia pela primeira vez, que, sem destruir o embrião, é possível obter células
que têm as características das células-tronco embrionárias. Em poucas palavras, até
pouco tempo atrás, não existia outro sistema de obtenção de células-tronco embrionárias,
isto é _ capaz de se diferenciarem em qualquer tipo de tecido, a não ser pegando-as
em fase muito precoce do desenvolvimento embrionário, o que comportava a morte do
embrião. Com o resultado dessa pesquisa, tudo poderia mudar, no sentido que essas
células-tronco parecem capazes de se transformar em células numa série de tecidos:
ossos, fígado, sangue, cartilagem e tantos outros." (JK)