NO IRAQUE SEMINÁRIO MAIOR E FACULDADE TEOLÓGICA SÃO TRANSFERIDOS DE CIDADE

Bagdá, 4 jan (RV) – Continuam, no Iraque, as violências e seqüestros contra a comunidade cristã. Por motivos de segurança o Patriarcado Caldeu decidiu transferir o "Babel College", a única faculdade teológica cristã, e o seminário maior caldeu de São Pedro, de Bagdá para Ankawa, próximo a Erbil.

"O bairro de Dora, sul de Bagdá, que por tanto tempo foi um dos centros da cristandade na cidade, e onde estavam situados tanto o seminário como a faculdade teológica, tornou-se uma zona perigosa. Daí a decisão" _ explicou o bispo auxiliar de Bagdá, Dom Shlemon Warduni, em entrevista à agência de notícias do Episcopado italiano _ SIR.

O bispo caldeu faz votos de que essa seja uma "transferência provisória e que os sofrimentos deste tempo possam servir para a paz, estabilidade e segurança no Iraque".

Atualmente, vivem no seminário maior 35 jovens, "mas nem todos _ declarou o bispo _ transferir-se-ão, por motivos logísticos". "Não é fácil transferir um seminário para um apartamento" _ comentou. "O patriarca fez tudo o que era possível para que os seminaristas não perdessem o ano acadêmico, mas a situação aqui se tornou insustentável."

Entre os motivos das tensões contra os cristãos, que determinaram a transferência do seminário e da faculdade teológica para o Curdistão, o bispo caldeu apontou "a crença de que somos ricos e, por isso, sofremos muitos seqüestros; aqueles que possuíam alguma coisa já foram embora".

A violência é facilitada também, pelo fato que "os nossos fiéis são poucos, pacíficos e, portanto, frágeis". De fato, recordou Dom Warduni, "muitos cristãos deixam o Iraque". "Aqui, estamos cercados por tantos lobos. Corremos o risco de ser devorados ou afastados. A situação se agravou mais ainda, com a entrada no Iraque, de estrangeiros que fomentam a divisão e o derramamento de sangue."

Segundo Dom Warduni, "seria necessária uma conferência internacional sobre o Iraque, e também um exército capaz de fazer sair do país, os estrangeiros violentos, além de desarmar as milícias assassinas; um exército capaz de proteger o país e seus cidadãos, e não submisso a interesses escusos". (MZ)