(03/01/2007) A decisão do governo italiano de pedir à presidência de turno do Conselho
de Segurança da ONU o reinício do debate pela moratória da pena de morte agradou ao
Vaticano. "É uma notícia que de verdade causa prazer", disse o Cardeal Giovanni Cheli,
observador permanente da Santa Sé na ONU nos anos 80, e presidente emérito do Conselho
Pontifício para os Migrantes e Itinerantes A intenção da Itália é conquistar o
apoio dos 85 Estados-membros que já se pronunciaram contra a pena capital numa declaração
divulgada em Dezembro passado. O embaixador italiano na ONU, Marcello Spatafora, já
comunicou ao Conselho de Segurança, do qual a Itália passa a fazer parte como membro
não-permanente nos próximos dois anos, que pretende retomar este assunto polémico.
O recém-empossado secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, desencadeou
uma controvérsia sobre a pena de morte, ao declarar – em referência à recente execução
do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein – que a adopção da pena de morte é da responsabilidade
de cada país. Isso implica que a ONU, como organização, não tenha uma posição sobre
a questão.